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sexta-feira, 28 de novembro de 2014

03-AS SETE LEIS DO ENSINO PARTE 1-




AS SETE LEIS DO ENSINO PARTE 1-


1. O professor deve ser pessoa que conheça a lição ou verdade ou arte a ser ensinada.
2. O aluno é aquele que escuta ou atende com interesse a lição.
3. A linguagem usada como meio ou instrumento entre professor e aluno deve ser comum a ambos.




·  A lição a ser ensinada e aprendida deve ser explicada em termos de verdade já conhecida pelo aluno, explicando-se o desconhecido por meio do conhecido.


·  Ensinar é despertar e usar a mente do aluno para que apanhe o pensamento desejado, ou para que venha a dominar a arte que quer aprender.
·  Aprender é pensar com seu próprio entendimento numa nova idéia ou verdade, ou tornar em hábito numa nova arte ou habilidade.
·  O teste e prova do ensino feito – o processo final e de fixação – deve ser uma revisão, uma reprodução, uma recapitulação e aplicação do material que foi ensinado, do conhecimento e ideais e artes que foram comunicados.
AS LEIS EXPLICADAS COMO REGRAS
1. Conhecer completa e familiarmente a lição que quer ensinar, ensinando com mente plena e claro conhecimento.
2. Ganhar e conservar a atenção e o interesse dos alunos para a lição. Não tentar ensinar sem ter conseguido a atenção do aluno.
3. Empregar palavras compreensíveis, tanto para você como para o aluno, usando sempre linguagem clara e vivida para ambos.
4. Começar por aquilo que o aluno já conhece bem sobre o assunto e com aquilo que já faz parte da experiência dele; e avançar para a nova matéria através de degraus ou passos simples, fáceis e naturais, assim fazendo com que o conhecido explique o desconhecido.
5. Estimular a mente do aluno para que ele aja por si. Fazer com que os pensamentos dele tanto quanto possível caminhem adiante das palavras do professor, assim colocando-o na posição de um descobridor, ou antecipador.
6. Exigir que o aluno reproduza em pensamento a lição que está aprendendo, pensando ou rememorando em suas várias partes e aplicações, até que possa expressá-la em suas próprias palavras.
7. Rever, rever, REVER, reproduzindo o que já foi ensinado, aprofundando suas impressões com novos pensamentos, ligando-o a significados adicionais, buscando e achando novas aplicações, corrigindo idéias falsas e compreendendo a verdade.
Ensinar é comunicar experiência, a qual pode ser de fatos, verdades, idéias, doutrinas, ou ideais, ou de processos ou habilidades duma arte. E Pode ser ensinada por meio de palavras, sinais, objetos, em suma, é a comunicação de experiência, no sentido de ajudar alguém a reproduzir a mesma experiência , tornando-a comum aos dois.
Não podemos esquecer que o bom ensino traz, consigo, organização. Sendo assim, o professor, diligentemente, levará os seus alunos a uma clara compreensão da verdade. Não podemos negar que os tais sempre desejaram plantar, nas mentes dos seus alunos, as verdades que ensinam.
1. A LEI DO PROFESSOR
É impossível que o mestre detenha todo o saber daquilo que vai ensinar. Mas Há algo que o tal não pode esquecer: o conhecimento imperfeito reflete-se no ensino imperfeito. Os alunos preferem ser liderados e ensinados por alguém em quem confiam. Quando o líder é incompetente e ignorante, é seguido sem interesse e com relutância.
O mestre não pode se esquecer de que as ciências são dotadas de estradas naturais que vão das visões mais simples às visões mais largas (das simples para as complexas) e ele deve encontrar esta estrada natural para que encaminhe adequadamente os seus alunos pelas vias do conhecimento, sem esquecer, jamais, de guiar os seus alunos na contemplação das belezas observáveis no caminho.
2. A LEI DO DISCÍPULO
É fundamental que ele se dedique com interesse à matéria a ser aprendida, fique absorvido, mantenha o foco de sua percepção no objeto do conhecimento, concentrando-se sentimentalmente nele. A atenção ativa (não leviana, que não se deixa conduzir para outros tipos de convites e atrações alheias à lição) é imprescindível para que se alcance o êxito resultante do esforço, sacrifício e persistência.
Os vigores da ação mental, como também o da ação muscular, são proporcionais ao estímulo recebido. Operamos com máxima eficiência quando descobrimos o real motivo de estarmos aprendendo. Quando a exigência é suficientemente forte, nossa atenção e interesse aumentam mais, proporcionando-nos melhores condições para assimilação dos conteúdos. Se os professores não estimularem o interesse, dificilmente terão condições de prender a atenção dos alunos.
Quando tratamos de crianças, devemos observar que seus interesses mudam de foco à medida que alcançam a maturidade: das coisas concretas e mais egocentralizadas para as abstratas. Observa-se, portanto, que o poder de atenção aumenta com o desenvolvimento mental. É por isto que o professor deve apresentar a lição de forma atrativa, fazendo uso de ilustrações e outros meios legítimos que não sejam fontes de distração.
3. A LEI DA LINGUAGEM
É por meio da linguagem que procuramos associar o pensamento com a vida e o mundo no qual vivemos. O professor só alcançará seus objetivos se utilizar uma linguagem comum a ele e ao aluno, pois o ouvinte entende e reproduz em sua mente uma mensagem que contém significados e impressões relevantes. Precisamos observar os poderes de sugestão de nossas palavras, para a projeção de imagens claras nas mentes dos alunos. Daí a necessidade de ajudarmos os nossos alunos a descobrirem e entesourarem as riquezas do saber.
Como instrumento do pensamento, a linguagem é a ferramenta que propicia a formação de conceitos, de novos pensamentos a respeito dos temas tratados. Por meio das palavras, fazemos redescobertas.
Também expressamos nossos pensamentos por meio de nossos gestos. Nossos ombros, olhos, mãos, pés também falam (Sl 19.1-5; Rm 1. 18-20).
Para fazer bom uso da linguagem, atendendo algumas regras de ensino, o professor deve:
  • conhecer a linguagem e o nível do conhecimento dos alunos e o que lhes é significativo;
  • expressar-se na linguagem dos alunos, usando termos simples para melhor compreensão;
  • ilustrar, com as experiências dos alunos, o que está ensinando;
  • testar os alunos enquanto fala para verificar se eles estão compreendendo o que está sendo dito.
4. A LEI DA LIÇÃO
Quando ensinamos a lição devemos ter a finalidade de compartilhar algo novo que partiu do que já foi familiar, de uma verdade já conhecida, fazendo uso de termo de comparação ou de experiências já conhecidas. O aluno que aprendeu bem uma lição já aprendeu a metade da outra.
“Fácil é adicionar algo àquilo que já se descobriu.”
(Pestalozzi)
Quem ensinar deve conduzir o aluno a novas experiências e, por isto, a aula deve conter uma série de novidades. Cada fato conduz a outro e o explica. O velho revela o novo, e este confirma e corrige aquele.
O professor precisa conduzir o aprendiz na tarefa de pensar de modo real para a resolução de problemas, partindo de três estágios: 1) dúvida e incerteza, que exige questionamento; 2) fase organizadora na qual o indivíduo verifica se dispõe dos meios para alcançar os fins desejados; 3) atitude crítica que envolve a seleção e rejeição do que lhe é apresentado, tendo em vista que situações reais permitiram essa atitude meditativa. Sendo assim, os conhecimentos foram resultantes de soluções de problemas, observação de fatos e leis averiguadas em situações reais e vitais.
No processo de ensino da lição, deve-se considerar que a vida mental da criança contém, em si, um excesso de sensação e a do adulto, maior dose de reflexão. Apesar dessas diferenças, ambos comparam o novo com o velho, fazem a alternada análise e síntese das partes, dos todos, das classes, das causas e dos efeitos. Também fazem uso da memória, imaginação, julgamento, verificando os efeitos do ensino sobre os seus pensamentos, gostos e preconceitos (Lc 8. 5-15).
“Muitos professores semeiam plantas em vez de sementes; em vez de partirem dos princípios mais simples, introduzem os alunos de chofre num caos de livros e estudos miscelâneos.” (Comenius)
De onde vem o interesse que pode despertar a mente para a aprendizagem? Pelo amor de se conhecer por amor do próprio conhecimento, o amor pela cultura, bem como do desejo de se conhecer para solucionar problemas, encontrar respostas para as mais variadas perguntas, libertar-se da ignorância etc. O desejo de aprender varia de acordo com o caráter e objetivos dos alunos, das necessidades que os impeliram ao estudo.
Não podemos dissociar a união dos pensamentos com a afetividade. O pensamento envolve sentimento, o amor ao saber torna-se real à medida que demonstramos nossos pendores e propósitos morais para o bem ou mal durante o processo educativo. A motivação para o estudo tem uma conexão moral em seu início e, ao mesmo tempo, envolve a afetividade e intelecto. Ou seja, a formação de uma consciência moral está relacionada aos sentimentos que os professores inspiram nos alunos.
A nossa mente atua na construção de conceitos, fé, propósitos e todas formas de inteligência e caráter (Sl 26.2). Só poderemos saber o que nela está contido quando o revelar por palavras ou ações. O professor deve ativar a mente dos alunos e estimular seus pensamentos. Para isto deve apresentar objetos ou fatos que provoque perguntas, a busca da verdade. O que não provoca pergunta não provoca pensamento. A mente científica sempre está a fazer perguntas e buscar respostas além dos limites da sala de aula.
Os alunos devem perguntar o que ( a natureza), por quê (a causa) e como (o método) cada fato ou princípio ensinado fazem diferença e onde, quando, por quem e qual o resultado de algo, o lugar, o tempo, agentes e conseqüências do fato fizeram diferença. Daí a necessidade de as aulas nunca esgotarem um assunto. O conhecimento vem pelo pensar e não pelo simples ouvir.
5. A LEI DO PROCESSO DE ENSINO
O conhecimento não pode ser passado de uma mente para outra como meros objetos, mas deve ser repensado, revivido, reconhecido pela mente receptora. A explicação e orientação nada valem se o aluno não pensar por si. É o professor quem estimula e dirige as atividades do aluno. Quem ensina melhor? Aquele que faz os seus alunos aprenderem sem ensiná-los diretamente. Os olhos devem ver por si; a mente, pensar por si, pois todos têm capacidade inata para crescer fisicamente e espiritualmente.
“Se a infância é educada conforme a medida de seus poderes, crescerá e aumentará de contínuo; mas, uma vez forçada além dos seus poderes, decresce em vez de crescer.” (Agostinho)
O conhecimento deve ser apontado como algo que resolve problemas, que confere poder, faz progredir . Os alunos que estão aprendendo a pensar precisam ser estimulados a pensar inteligentemente e refletidamente sobre os problemas que surgem, solucionando-os.
1. A LEI DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM
Por meio desta lei, o aluno formará em sua própria mente, junto com suas peculiaridades, o verdadeiro conceito dos fatos e princípios da lição. É papel do professor possibilitar que o aprendiz reproduza as verdades ensinadas em sua mente. Como isto ocorre? Quando o professor conduz o aluno à interpretação e redescoberta daquilo que se ensina, tornando-se um pesquisador independente nos campos do saber, buscando novos princípios e fatos.
O aluno que traduz outros pensamentos, utilizando as suas palavras já avançou em seu aprendizado. O professor deve estimular esse comportamento e ensiná-lo a adquirir uma linguagem mais apurada.
Outra forma de progresso se dá quando o estudante verifica as provas das afirmações estudadas, tal como o alpinista que desfruta de melhor visão. O saber inútil se tornará sabedoria prática quando for devidamente aplicado.
Algumas perguntas que um estudante sincero deveria fazer a si mesmo:
  • Que diz esta lição? Qual é o seu significado?
  • Como posso expressar o seu significado em minha linguagem?
  • Aceito o que esta lição me diz, e por quê?
  • Qual o benefício que esta lição me traz?
  • Como posso aplicar e usar o conhecimento que esta lição me traz?
‘Toda criança que tenho observado e estudado durante toda a minha vida tem passado por certos períodos notáveis de indagação que parecem originar-se no seu íntimo. Depois de passar da época inicial do balbucio e da gaguez para a da fala correta, chegando à idade das perguntas, diante de cada fenômeno a criança repete esta pergunta: ‘Que é aquilo?’Se em resposta recebe o nome duma coisa, isso a satisfaz por completo; não quer saber mais nada. Passados meses, apresenta-se um segundo estágio, no qual a criança, à primeira pergunta, acrescenta uma segunda: ‘Por que aquilo é assim?’ Tais perguntas, para mim, têm grande significação, e muito tempo passei a nelas meditar. Por fim tornou-me claro que a criança revelou o verdadeiro e acertado método de desenvolver suas faculdades de pensamento.” (Herman Krusi)
Sendo assim, observamos que é fundamental que o mestre faça do aluno um investigador independente, submetendo à prova os seus conceitos para verificar se os mesmos reproduzem a verdade ensinada.
1. A LEI DA RECAPITULAÇÃO E DA APLICAÇÃO
A recapitulação tem a finalidade de alcançar os seguintes alvos: aperfeiçoamento e confirmação do conhecimento, bem como torná-lo útil e pronto para ser usado.
Não é uma simples repetição, porque só quem for inteligente pode reexaminá-lo, repensando o pensamento, reexaminando-o, reelaborando-o por meio de novas concepções e associações, sempre adicionando algo ao conhecimento. Por isto não podemos limitá-la ao questionário.
O momento de recapitulação dos textos bíblicos nos permite verificar os significados ocultos e mudar a lição para um novo ponto de vista, a fim de descobrirmos mais verdades. Para os fisiologistas, este fenômeno é a cerebração inconsciente, haja vista que o cérebro continua a trabalhar sem que o percebamos.
A memória depende da associação de idéias para garantir a recordação do que foi ensinado, relacionando com novos pensamentos, lembranças e utilização dos mesmos. È por isto que os provérbios e as máximas são lembradas e rememoradas, bem como os versículos bíblicos mais utilizados (Is 28. 10,13).
Os bons mestres são os que utilizam um terço de sua aula para recapitulação, o que garante o progresso dos alunos.
Quando as leis do ensino são respeitadas e aplicadas, o amplo processo de aprendizagem se dá de forma satisfatória.
Se o ministério, pelo Senhor concedido é de ensinar, deve haver dedicação ao ensino (Rm 12.7).
BIBLIOGRAFIA
Esse texto contém, em síntese, as principais idéias contidas na obra citada abaixo:

GREGORY, John Milton. As sete leis do ensino. Trad. Ver. Waldemar W. Wey. 6. ed. Rio de Janeiro: Junta de Educação Religiosa e Publicações, 1987, 72 p.

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