Texto: Ensinador Cristão – n° 68,60, 61,
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Auxílios de graça para professores e alunos EBD: sub-ebd.blogspot.com Obs. É
proibida a venda deste material. Subsídios EBD sub-ebd.blogspot.com 3 Sumário A
importância da Escola Dominical para a Vida da
Igreja..................................................... 6 I. A IMPORTÂNCIA
DA ESCOLA
DOMINICAL..............................................................................
6 II. O CRESCIMENTO DA IGREJA E A ESCOLA DOMINICAL
.......................................................... 8 III. A ESCOLA
DOMINICAL E O PREPARO PARA O MINISTÉRIO E O SERVIÇO CRISTÃO ............. 8 IV
- SOBRE A GESTÃO DA ESCOLA DOMINICAL
......................................................................... 9
Questionário............................................................................................................................
10 O ministério do Ensino
........................................................................................................
12 I. PREGAÇÃO E ENSINO
...........................................................................................................
12 II. SOLIDIFICANDO
OBREIROS..................................................................................................
13 III-O MINISTÉRIO DO ENSINO COMO DOM MINISTERIAL
....................................................... 14 IV - O MÉTODO MAIS
ADEQUADO..........................................................................................
15 IV - MESMO QUE A UM ALUNO
..............................................................................................
16 V. COMO A ED PODE TRANSFORMAR A SOCIEDADE
.............................................................. 16 Questionário............................................................................................................................
18 A escola dominical na formação de pessoas relevantes na
sociedade............................... 19 I. O RESGATE DA ESCOLA DOMINICAL
....................................................................................
19 II. UMA ESCOLA DE MUITAS
FRONTEIRAS...............................................................................
21 III. UMA ESCOLA QUE TRANSCENDE A IGREJA........................................................................
22 IV. UMA ESCOLA QUE NÃO SE APRISIONA A HISTÓRIA
.......................................................... 23 V. A ESCOLA
DOMINICAL EXIGE EDUCADORES COMPROMETIDOS COM A TRANSFORMAÇÃO SOCIAL
.....................................................................................................................................
23
Questionário............................................................................................................................
25 Uma Filosofia de Educação autenticamente
Cristã............................................................. 26 I. A
FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO
CRISTÃ.....................................................................................
26 II. A NECESSIDADE DA FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO
CRISTÃ....................................................... 27 III. OS
FUNDAMENTOS DA FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO
CRISTÃ................................................ 27 IV. OS OBJETIVOS DA
FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO CRISTÃ........................................................
28 V. OS PRINCÍPIOS BÁSICOS DA FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO CRISTÃ
......................................... 30 VI. O QUE FAZER PARA QUE A IGREJA
CUMPRA SUA VOCAÇÃO MAGISTERIAL ..................... 31
Questionário............................................................................................................................
33 Condições para o estudo das Lições Bíblicas
...................................................................... 34 I.
CONDIÇÕES
EXTRÍNSECAS....................................................................................................
34 II. CONDIÇÕES INTRÍNSECAS
...................................................................................................
36 Subsídios EBD sub-ebd.blogspot.com 4 Como motivar as pessoas para a ED?
.................................................................................
38 Subsídios EBD sub-ebd.blogspot.com 5 O seu conteúdo é uma grande fonte de
estudos bíblicos, ensinamentos para pregadores, instruções para elaborar
sermões, artigos indispensáveis para quem deseja pregar bem, informações para
uma comunicação de qualidade e auxílio para interpretar corretamente a palavra
de Deus e se obter o máximo de lições de um texto bíblico. Central de Vendas:
pc-editorial@hotmail.com Subsídios EBD sub-ebd.blogspot.com 6 Capítulo 1 INTRODUÇÃO A Escola
Dominical, instituição surgida no século XVIII na Inglaterra e presente nas
igrejas evangélicas em todo o mundo, e particularmente nas Assembleias de Deus
no Brasil, vem colaborando com a formação de novos crentes e obreiros. Em
muitas localidades, vemos uma efervescência na transmissão da Palavra de Deus
por meio do ensino da Escola Dominical, mas em outros locais, infelizmente, a Escola
Dominical parece mais uma programação à qual os crentes não precisam ir. Esta
série de dois artigos da revista Ensinador Cristão, tem por objetivo fazer uma
breve análise da importância da Escola Dominical para o crescimento da igreja,
tanto no que diz respeito à transmissão do ensino bíblico de forma
sistematizada quanto no que concerne à formação de ministros e obreiros leigos
para o serviço cristão. Dessa forma, busca-se não apenas fazer uma análise
sobre a importância da Escola Dominical na vida da igreja local, mas igualmente
motivar líderes, professores e pastores a que se envolvam com mais tenacidade
em seus ministérios com o foco na formação cristã para os membros das igrejas
em nossos dias. I. A IMPORTÂNCIA DA ESCOLA DOMINICAL Não se pode fazer uma
análise séria da importância da Escola Dominical sem que examinemos o contexto
em que ela se originou. Voltemos a 1780, na Inglaterra, e observemos a figura
de Robert Raikes, um jornalista de 44 anos que trabalhava como redator do
Gloucester Journal. De acordo com o pastor Antonio Gilberto, esse jornalista...
"...foi inspirado a fundar a Escola Dominical ao sentir compaixão pelas
crianças de sua cidade, perambulando nas ruas, entregues à delinquência,
pilhagem, ociosidade e ao vício, sem qualquer orientação espiritual. Ele, que
já trabalhava há quinze anos trabalhava entre os detentos das prisões da
cidade, pensou no futuro daquelas crianças e decidiu fazer algo em seu
favor..,"(1) Como é de conhecimento público, Raikes enfrentou oposição em
seu intento, pois não se via naqueles dias a possibilidade de um santuário
abrigar crianças sujas e maleducadas para receberem ensinos. As crianças eram
obrigadas a trabalhar horas ininterruptas, e não tinham o acesso à educação que
poderia transformar seus hábitos e caráter. No artigo "When did Sunday
Schools Start?" ("Como as Escolas Dominicais Começaram"), de
Thimothy Larsen, vemos um pouco do contexto social do momento: A importância da
Escola Dominical para a Vida da Igreja Subsídios EBD sub-ebd.blogspot.com 7
"A Revolução Industrial resultou em muitas crianças que passam a semana
toda trabalhando em fábricas. Filantropos cristãos queriam libertar essas
crianças de uma vida de analfabetismo. Ainda no século 19, o horário de
trabalho era longo. As primeiras restrições legislativas modestas vieram em
1802. Isto resultou em limitar o número de horas que uma criança poderia
trabalhar por dia para 121 Esse limite não foi rebaixado novamente até 1844.
Além disso, o sábado era parte da semana de trabalho regular. Domingo,
portanto, era o único tempo disponível para essas crianças ganharem alguma
educação". Portanto, pelo que vemos, a Escola Dominical começou como uma
solução educativa para crianças que tinham de conviver entre o trabalho quase
forçado e a delinquência. E foi aí que a atitude de Robert Raikes transformou a
realidade daquelas crianças. Raikes teve muito trabalho para convencer as
crianças a frequentarem a igreja no seu único dia de folga, o domingo. Elas com
certeza preferiam usar o seu tempo livre para brincar, pescar ou fazerem
quaisquer outras atividades, mas algumas delas foram à igreja e começaram a
aprender, de forma básica, a língua, aritmética, moral e civismo e também
decoravam textos bíblicos, recitando-os depois. O trabalho deu certo e foi
divulgado pelo mundo. Robert Raikes, o "profanador do domingo", como
foi algumas vezes chamado, deu- nos o exemplo de como a igreja pode ser uma
bênção para a comunidade que a cerca, e tanto na formação espiritual quanto na
formação moral de seus alunos. Sobre a importância da Escola Dominical para a
vida da igreja, escreve Michael Lawson: "A Escola Bíblica Dominical
tornou-se a principal agência educacional da igreja. Ainda que muitas
denominações tentem oferecer variedade de programas educacionais, a Escola
Dominical mantém a melhor frequência de pessoas do que qualquer outro programa,
e às vezes, mais do que todos os outros juntos. Por causa do seu tamanho e base
ampla, a Escola Dominical usa mais professores do que qualquer outra agência
por isso deve ser considerada separadamente". "Pelo fato de a
principal agência educacional da Igreja ter a palavra 'escola' em seu nome, as
pessoas presumem que ela funciona como as demais entidades de ensino. Mas, as
escolas dominicais diferem das públicas de vários modos significativos. Por
exemplo, quantas classes de Escola Dominical exigem que os alunos façam dever
de casa? Ou quantas escolas dominicais podem obrigar o aluno a ter frequência e
envolvimento? Muitas implicações surgem da natureza voluntária da frequência à
Escola Dominical". "Além disso, as atividades básicas da Escola
Dominical são diferentes da escolaridade comum. A hora de aula não pode ser
dedicada exclusivamente a metas acadêmicas, porque tempo para encorajamento
mútuo e formas de atenção são partes essenciais do propósito da Escola
Dominical". "Isso nos leva à diferença fundamental: as metas diferem.
De modo geral, as escolas dominicais desejam a mudança de vida como resultado
da informação Subsídios EBD sub-ebd.blogspot.com 8 dispensada. Mas as escolas
[seculares] bem-sucedidas ainda são medidas pelas realizações acadêmicas e não
pela integridade moral de seus alunos. Mas, na Escola Dominical, a mudança de
vida é essencial ao processo educacional. Nós buscamos promover decisões morais
baseadas em informação bíblica precisa e encorajada pelo cálido companheirismo
cristão. A Escola Dominical de sucesso é medida pela semelhança com Cristo de
seus alunos e não pela realização acadêmica deles. E para atingir essa meta,
três temas simultâneos precisam permear as horas de aula da Escola Dominical:
companheirismo, informação e aplicação". II. O CRESCIMENTO DA IGREJA E A
ESCOLA DOMINICAL Não é exagero associar o crescimento de uma igreja local à
importância que ela dá à Escola Dominical. A igreja que investe na educação
cristã por meio da Escola Dominical tende a ser uma igreja fortalecida
doutrinariamente, oferecendo aos seus alunos uma formação mais sólida em termos
de estudo sistemático da Palavra de Deus, aliado à busca da prática cristã
correta. Da mesma forma que as crianças da Inglaterra foram beneficiadas pela
Escola Dominical, a própria igreja é beneficiada ainda hoje por ter em seus
quadros crentes que são mais do que meros ouvintes de pregações, e sim pessoas
que frequentam ensinos bíblicos sistemáticos e que sabem como se conduzir em
suas relações tanto com Deus quanto com o próximo. Na prática, a Escola
Dominical prepara para esta vida e para a vida eterna. A Escola Dominical não
atua simplesmente na formação e doutrinamento de novos convertidos e crentes já
amadurecidos, mas também apresenta a salvação às pessoas. Basta lembrar que há
centenas de casos de crianças que, vindo às nossas igrejas, têm seu primeiro
contato com o Evangelho e posteriormente o apresentam aos seus pais. E é sabido
que quando uma criança frequenta a Escola Dominical, está recebendo os ensinos
que farão dela uma pessoa que certamente viverá seus dias futuros sob a
perspectiva bíblica. III. A ESCOLA DOMINICAL E O PREPARO PARA O MINISTÉRIO E O
SERVIÇO CRISTÃO Quando tratamos de ministério e serviço cristãos, tomamos a
liberdade de conceituar ministério como o trabalho feito por pessoas dedicadas
e preparadas teórica e praticamente na pregação e ensino da Palavra e na gestão
de recursos na Casa de Deus, vocacionadas ao ministério pastoral ou de
liderança na igreja local. Entendemos como serviço cristão o trabalho feito por
pessoas leigas, voluntárias, que vêem nesse serviço a oportunidade de servir a
Deus e ao próximo dentro de suas qualificações não atreladas à liderança local.
Uma das recomendações para o santo ministério é a aptidão para ensinar, como
lemos em 2 Timóteo 3.2. A preparação do ministro exige que ele se envolva no
ministério do ensino. Nesse aspecto, a recomendação paulina
recebe o seguinte comentário: "This is the one requirement in this list
that is not necessarily required of ali believers. It is also not required of deacons. Thus,
it is a distinguishing skill Subsídios EBD sub-ebd.blogspot.com 9 required of
the pastor/elder" ("Este é o único requisito nesta lista que não é necessariamente
obrigatório de todos os crentes. Também não é exigida dos diáconos. Assim, é
uma habilidade necessária à distinção do pastor/presbítero" - tradução
livre). Por ser uma instituição originada no século XVIII, não há uma citação à
Escola Dominical nas cartas pastorais do Novo Testamento, nem uma vinculação a
que um pastor frequente a Escola Dominical, mas percebe-se que a aptidão para
ensinar é obrigatória, e ela deve e pode ser desenvolvida na Escola Dominical.
Se desejamos treinar obreiros para o ministério ou para o serviço leigo,
devemos começar seu treinamento com a Escola Dominical. Da mesma forma, o
serviço cristão deve e pode ser desenvolvido utilizando-se a Escola Dominical
como a primeira plataforma de treinamento. Uma pessoa não pode ministrar,
independente de seu ministério, se não estiver apta a fazê- lo. A Escola
Dominical é a melhor forma de capacitar pessoas a que sejam aptas ao ministério
do ensino. Ela desenvolve talentos, cria comunhão entre os alunos, proporciona
um ensino adequado a cada faixa etária e solidifica de forma uniforme o ensino
a todos os crentes da congregação. Sobre a importância da função discipuladora
do ensino cristão, escreve o célebre educador cristão norte-americano Howard
Hendricks: "Nenhum cristão tem oportunidade mais promissora para o
ministério do discipulado do que o professor. Este tem uma audiência já feita
(os alunos) com quem se associa regularmente (quase todos os dias ou, pelo
menos, semanalmente), uma assistência composta de pessoas que olham para ele
como fonte da verdade e guia para relacionar essa verdade com a vida. A meta de
todo professor-discipulador é capacitar seus alunos-discípulos a ficar cada vez
mais semelhantes a Jesus Cristo mediante o processo de ganhar almas e formar
discípulos. O apóstolo Paulo declara esse propósito nitidamente: 'A quem
anunciamos, admoestando a todo homem e ensinando a todo homem em toda a
sabedoria; para que apresentemos todo homem perfeito em Jesus Cristo' (Cl
1.28)". Conclui Hendricks, enfatizando: "Deus permite que todo
professor crente tenha parte nesse processo através do qual o Espírito Santo
traz o aluno mais estreitamente em conformidade com o Salvador, 'a varão
perfeito [maduro], à medida da estatura completa de Cristo' (Ef 4.13)". IV
- SOBRE A GESTÃO DA ESCOLA DOMINICAL Algo muito importante para uma Escola
Dominical que é efetivamente relevante para a vida da igreja é a gestão com
excelência da Escola Dominical. Para isso, é preciso entender, como afirma o
pastor Antonio Gilberto, que "o superintendente de Escola Dominical não é
um mero dirigente da Escola Dominical: é o gestor do departamento mais
importante da igreja. Seu trabalho não se restringe aos domingos, mas se
estende de segunda a sábado. Ele sabe que, se não for eficiente durante a
semana, será ineficaz no domingo. Como gestores da Escola Dominical, temos de
levá-la a atuar plenamente como educandário bíblico-teológico, agência
evangelístico-missionária, departamento de integração do novo crente e suporte
didático-pedagógico da Subsídios EBD sub-ebd.blogspot.com 10 igreja local.
Henrieta C. Mears (1891-1963), educadora norte-americana, afirmou mui
acertadamente: 'A Escola Dominical perpetua-se pelos seus próprios produtos'.
Cabe-nos, pois, fazer com que esses produtos não venham a perecer". A Escola
Dominical é, portanto, de grandíssima importância para a vida da igreja, sendo
o seu principal braço hoje no cumprimento da ordenança de Cristo à Igreja para
ensinar e fazer discípulos, como lemos em Mateus 28.19,20, e também como um
auxílio importantíssimo na preparação e amadurecimento de crentes para o
serviço cristão e, inclusive, o ministério da Palavra. Ignorar a Escola
Dominical ou desprezá-la é um dos grandes desastres que uma igreja pode sofrer
hoje. Questionário 1- A Escola Dominical é importante para o crescimento da
Igreja de que forma? 2- O que inspirou o jornalista cristãos Robert Raikes a
criar a Escola Dominical? 3- Quais são os benefícios para a igreja que investe
na educação cristã? 4- Qual a diferença entre o ministro cristão propriamente
dito e o serviço cristão comum? 5- Q1 5. Que aptidão obrigatória do ministro
cristão pode ser desenvolvida na Escola Dominical? 6- Qual deve ser a primeira
plataforma para 0 treinamento no serviço cristão e por quê? 7- Qual deve ser a
primeira plataforma para 0 treinamento no serviço cristão e por quê? Subsídios
EBD sub-ebd.blogspot.com 11 - A melhor fonte de pesquisas para as Lições
Bíblicas da Escola Dominical. - Subsídios para cada uma das 13 lições da
Revista de Adultos - 3° TR. 2016. - Artigos Para Professores e Alunos. -
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está um verdadeiro manual de Evangelismo. Acesse e peça o seu:
sub-ebd.blogspot.com Subsídios EBD sub-ebd.blogspot.com 12 Capítulo 2 O
ministério do Ensino A escola dominical tem uma influencia direta no que tange
ao fortalecimento da igreja local e o preparo individual dos crentes para o
serviço cristão. Em nossos dias, quando se busca fórmulas rápidas de
crescimento institucional, líderes premidos por resultados rápidos utilizam-se
exageradamente de fórmulas empresariais de crescimento, e colocam em cheque a
saúde espiritual da igreja, tornando-a inchada, mas não necessariamente
crescida. É evidente que uma igreja cheia pode não significar ausência de espiritualidade
de seus membros ou de seu líder, mas também não é necessariamente uma
representação exata do crescimento pretendido por Deus àquele grupo. Como se
aufere, então, se uma igreja está crescendo deforma sadia? Observando a
importância que os líderes e os membros da igreja dão ao estudo e a prática da
Palavra de Deus. Dentro dessa esteira vem a comunhão, a espiritualidade, o
avivamento, os dons, o poder pela oração e tantos outros elementos que devem
fazer parte da vida da igreja O retorno para o crescimento adequado da uma
congregação ou de um campo de igrejas passa por diversos fatores, entre eles
uma escola dominical de excelência, estruturada, que atenda aos alunos dentro
de suas necessidades pedagógicas e alcance os objetivos propostos de ensino
bíblico voltados para o amadurecimento e fortalecimento dos santos. I. PREGAÇÃO
E ENSINO O crescimento de uma igreja sólida passa também pela sua dedicação à
Palavra de Deus. Seja pela pregação, seja pelo ensino, a Palavra de Deus deve
ocupar o lugar de primazia nos discursos e na vida da igreja. Quando tratamos
de discursos da igreja, temos, como mencionado acima, a pregação. Este meio de
comunicação é hábil para se anunciar as verdades do evangelho em um culto
público, para todas as pessoas que no santuário estiverem. Mas em que pese o
fato de a pregação ser hábil para o anúncio das verdades do evangelho, não é
necessariamente hábil para o ensino. Nem todo evangelista é um mestre, e nem
todos os pregadores tem a habilidade de exercer o ministério do ensino.
Evangelismo tem uma função diferente do ensino, em que pese o fato de que
quando se evangeliza, se transmite verdades ensinando às pessoas a necessidade
da salvação. A pregação tem seu valor no culto cristão, e mesmo fora dele
podemos utilizar a pregação da Palavra de Deus para falar com aqueles que ainda
não conhecem o evangelho. Podemos pregar com palavras ou com exemplos pessoais,
que em muitos casos são muito mais convincentes. Em muitos casos, pessoas ouvem
uma pregação e aceitam Jesus na mesma hora, e em outros casos, a mensagem
"faz" efeito em um momento posterior. O ensino, porém, tem suas
peculiaridades. Com certeza, é preciso ter habilidade para pregar, mas para
ensinar também. E preciso saber para quem vamos ensinar, ter o local apropriado
para o ensino, usar métodos mais adequados e Subsídios EBD sub-ebd.blogspot.com
13 buscar um grau de avaliação naquilo que ministramos. O próprio Jesus fez uso
do ministério do ensino em seus discursos. Não raro, pregadores podem aparecer
em nossas igrejas e destilar ensinamentos que não correspondem à pureza da
Palavra de Deus. E o que faz com que a igreja local exerça o discernimento
necessário para receber o ensino comprometido com a Bíblia e rejeitar o ensino
daninho? O conhecimento da Palavra de Deus e das doutrinas sagradas. Esse
ensinamento é, sem dúvida, solidificado por meio do trabalho de professores
comprometidos com o ministério do ensino. II. SOLIDIFICANDO OBREIROS Um dos
casos mais dignos de nota acerca do ensino nas sagradas Escrituras é o caso de
Timóteo. Esse moço, cujo nome consta em duas cartas expressas do apóstolo
Paulo, foi pastor em Éfeso, e participou da terceira viagem missionária do
apóstolo. Sobre ele, diz Paulo: "Pela recordação que guardo de tua fé sem
fingimento, a mesma que, primeiramente, habitou em tua avó Lóide e em tua mãe
Eunice, e estou certo que habita em ti" (2Tm 1.5). Nessa mesma Carta,
Paulo lembra a Timóteo: "E que desde a tua meninice sabes as sagradas
Escrituras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo
Jesus" (2Tm 3.15). Esses dois versos mostram uma conexão que deve ser
preservada na igreja em nossos dias: a educação cristã começa em casa, no
ambiente familiar. Paulo mostra que desde pequeno Timóteo já era ensinado sobre
as Escrituras, e com certeza por sua mãe e sua avó. Essas mulheres, de forma
doméstica, talvez sem um preparo teológico refinado, ensinaram a Timóteo não a
teologia, mas as Sagradas Escrituras. Lóide e Eunice, pelo que se depreende,
não eram mulheres que tenham tido acesso às questões teológicas aprofundadas de
seu tempo, mas eram mulheres que conheciam a Palavra de Deus e souberam, mais
que tudo, transmitir a Palavra e a fé para o menino Timóteo, que mesmo tendo um
pai grego, cresceu crendo no Deus de Israel. Isso é louvável, pois a base da fé
de Timóteo foi lançada em casa. O exemplo de Lóide e Eunice ensinando Timóteo
não é uma defesa contra o academidsmo ou o estudo da teologia em uma
instituição formal. Elas fizeram o melhor dentro de suas possibilidades, e Deus
as honrou, tanto que Timóteo se tornou um grande obreiro. Mas o ministério de
Timóteo foi solidificado quando aprendeu um pouco mais com Paulo e sua
experiência missionária e pastoral.Na prática, vivemos em um país que, nos
últimos anos, vem reconhecendo a Teologia como um curso universitário, e
aqueles que desejam, por exemplo, ser oficiais militares capelães, precisam ter
um curso superior de teologia reconhecido pelo Ministério da Educação e
Cultura, o que exclui os chamados cursos livres, que tem uma visão, em tese,
mais ministerial. Ser um ministro do evangelho, mais do que ter um curso livre
ou reconhecido de teologia, exige vocação! Entretanto, a vocação deve vir
acompanhada do devido preparo científico, e esse preparo não deve ser obstado.
Há quem acredite que um curso livre preenche os requisitos para o acesso ao
ministério, Subsídios EBD sub-ebd.blogspot.com 14 mas os cursos reconhecidos
preenchem e preparam com mais profundidade acadêmica, tendo em vista a
obrigatoriedade de se ter no grupo de professores desses cursos pessoas com
comprovada capacidade para a pesquisa e o ensino. Pessoas que defendem a não
participação de nossos jovens vocacionados em cursos reconhecidos, quando ficam
doentes, desejam ser atendidas por médicos que se formaram em instituições formais
e reconhecidas. Ou quando têm uma dúvida ou demanda jurídica, querem ser
atendidos por advogados e juízes que se formaram em instituições reconhecidas
em Direito. Porque não estender essa mesma linha de raciocínio a outras áreas
de conhecimento, como a teologia? Para ter um ministério, é preciso vocação
mais do que ter um curso de teologia. Entretanto, os vocacionados devem se
preparar melhor para o serviço ao Senhor. Eunice e Lóide não tinham, ao que
parece, um bacharelado em teologia, e o próprio Timóteo não o tinha, pois esse
é um título de curso de uma era posterior, quando os estudos se tornaram mais
formais e serviram para organizar melhor o preparo intelectual, técnico e
científico. Evidentemente nem todos aqueles que buscam um curso de teologia o
fazem para que possam ser pastores, mas ao menos para que possam ser úteis na
causa do mestre com um pouco mais de conhecimento. III-O MINISTÉRIO DO ENSINO
COMO DOM MINISTERIAL Uma característica importante ao crescimento estão porque
Deus o permitiu. E Deus não dá igrejas a apóstolos, profetas, evangelistas,
pastores e doutores. Deus dá à igreja apóstolos, profetas, evangelistas,
pastores e doutores. Estes é que são um presente de Deus à igreja, e não o
contrário. Segundo, há diversos ministérios, cada um com sua vocação, e Paulo
mencionou pastores e doutores. Há quem entenda que por terem sido mencionados
por último, pastores e mestres estariam em último lugar em uma suposta escala
de valorização ministerial. Entretanto, tal entendimento não encontra guarida
nas escrituras. Não há nesse texto uma menção à hierarquias. O que há são
funções necessárias ao bom andamento da igreja. Terceiro, Paulo menciona
pastores e mestre juntos, como dois grupos de obreiros que atuam unidos em prol
do crescimento da congregação. Estes dois obreiros ministram de forma
cooperada, e um dos requisitos ao ministério pastoral é a aptidão para o
ensino. O mestre não precisa ter necessariamente a aptidão pastoral como
requisito para ensinar, mas o pastor deve saber ensinar como um requisito
pastoral. Quarto, o ministério de mestre é, na Bíblia, um ministério tanto
quanto é o ministério pastoral. A igreja precisa ser pastoreada, e precisa ser
ensinada. Mestres tem uma importância grandiosa para que uma igreja cresça, e
isso pode ser visto na Escola Dominical. Uma igreja tem, em regra, um pastor
líder e outros auxiliares, mas não muitos. Entretanto, há muito mais
possibilidades de uma pessoa vocacionada ao ensino ser aproveitada em outras
esferas de trabalho dentro da igreja local. Subsídios EBD sub-ebd.blogspot.com
15 IV - O MÉTODO MAIS ADEQUADO Einstein disse: "Eu nunca ensino aos meus
alunos. Somente tento criar condições nas quais eles possam aprender".
Horace Mann disse que "um professor que tenta ensinar, sem inspirar o
aluno a aprender, está martelando em ferro frio". Outro pensador e prático
da educação foi Ole Ivar Lovaas, psicólogo americano que dedicou sua vida como
um pioneiro a tratar de crianças com autismo. Ele procurou entende-los de forma
que pudessem aprender e conviver com a sociedade que os cercava. Conta-se de um
ministro protestante no século 19 que teve de sair da América para o continente
europeu para realizar uma série de ministrações. Antes de chegar ao seu
destino, o navio em que viajava teve de fundear em uma das ilhas próximas ao
continente, para abastecer, o que deu pelo menos dois dias de descanso aos
viajantes. O ministro, decidido a passear pela praia, pôs-se a caminhar, e
encontrou na areia três pescadores que consertavam suas redes, e passou a
observar o trabalho daqueles homens. Quando os homens se deram conta de que
estavam sendo observados, perguntaram ao ministro, que estava vestindo uma
roupa preta com gola clerical, comum aos obreiros naqueles dias: "O senhor
é um ministro de Deus?", ao que o homem respondeu: "Sim, eu sirvo a
Deus". Os pescadores então disseram: "Nós também servimos a
Deus!" Intrigado, o ministro perguntou de que forma eles oravam, e para
sua surpresa, ouviu a seguinte resposta: "Nós oramos assim: Nós somos
três, vós sois três. Tende misericórdia de nós". Naquele momento, o
ministro disse aos pescadores que aquela oração não era correta, e que deveriam
orar como Jesus orou, e passou a recitar a oração do Pai Nosso, palavras que os
pescadores não tinham ouvido ainda. Impressionados com as palavras de Jesus,
eles repetiram aquela nova oração e voltaram felizes para suas casas. O
ministro voltou ao navio, e no dia seguinte partiu para a sua missão. Duas
semanas depois, passando pelo mesmo lugar, o pregador foi chamado à amurada do
navio por ocasião da parada da embarcação. Havia pessoas‘ daquela ilha querendo
falar com ele. Já na amurada do navio, o ministro reconheceu os três pescadores
daquele feliz encontro que tiveram na praia. Ele os cumprimentou e perguntou do
que precisavam, e os pescadores lhe disseram: "Pastor, nos ensine aquela
linda oração que o senhor recitou, pois nós a esquecemos e não conseguimos mais
falar com Deus". Entendendo a seriedade de sua atitude, e da pureza
daqueles pescadores, o pastor disse: "Meus filhos, vão para suas casas e
orem assim: Nós somos três, vós sois três. Tende misericórdia de nós". A
lição aqui é: "Se eles não podem aprender da forma com a qual ensinamos,
nós ensinamos da forma com a qual eles aprendem". Essa é uma forma
inovadora de pensar no ensino, e com certeza reflete a necessidade que os
professores têm de alcançar seus alunos de uma forma que eles consigam entender
o que foi ensinado. Para a mulher Samari- tana, Jesus pediu água e depois lhe
ofereceu a Salvação. Ao homem rico, que guardava a lei de Moisés desde a sua
mocidade (provavelmente essa expressão não nos permite chamá-lo de jovem
rico...), Jesus orientou que se desfizesse de seus bens para Subsídios EBD
sub-ebd.blogspot.com 16 que, distribuindo-os aos pobres, e após seguir Jesus,
tivesse um tesouro nos céus. Para cada pessoa com quem o Mestre se encontrou,
Ele tinha um método próprio para apresentar o seu ensino. IV - MESMO QUE A UM
ALUNO Um professor não pode medir seu ministério pela quantidade de alunos aos
quais ministra. É evidente que os alunos hão de procurar um mestre que saiba
ensinar, que tenha graça de Deus para seu ministério, que se interesse pelos
alunos e torne palatáveis assuntos mais complexos. Entretanto, se tiver de, em
algum momento, ensinar a apenas um aluno, que o faça com a mesma excelência com
que ensina a uma classe com muitos alunos. Jesus nos deu um exemplo
interessante em uma conversa que teve com Nicodemos, um líder judeu. Este foi
procurar Jesus em particular, de noite; e naquele diálogo, Jesus disse uma frase
que se tornaria, com o passar do tempo, um resumo de todo o plano de Deus para
a humanidade: "Porque Deus amou o mundo de tal maneira, que deu o seu
filho unigénito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida
eterna" (Jo 3.16). Essas palavras do Senhor, que passariam os séculos, não
foram ditas a uma multidão no templo ou no deserto da Judéia, mas em uma
conversa informal e particular, a um homem que falou-lhe à noite para não ser
descoberto. Jesus deu a Nicodemos atenção completa, como se este fosse o único
na Terra a ser salvo. V. COMO A ED PODE TRANSFORMAR A SOCIEDADE 1. Por meio da
evangelização e discipulado. A ED pode ser um local onde a evangelização seja
realizada por todas as classes, pois o ensino bíblico transforma as pessoas e,
por conseguinte, a sociedade. Este ensino não tem apenas o objetivo de
informar, mas de transformar não crentes em crentes e crentes em verdadeiros
seguidores de Cristo, que levam outros a segui-lo também. Muitos alunos da ED
não têm esta consciência evangelizadora, ou não colocam isto em prática na ED.
A maioria também não discipula novos convertidos, creditando este papel a um
Departamento ou a uma classe específica da ED. 2. Ensinando os valores
cristãos. Nestes últimos dias, há um verdadeiro ataque aos princípios da
"moral cristã", notadamente contra a família. A "liberação
sexual" fomenta todo o tipo de prática sexual condenada pelas Escrituras,
com especial enfoque no homossexualismo. Assim, com o afrouxamento moral e das
convicções antes tidas por certas, alarga-se a permissividade social e moral e
compromete-se até a formação das gerações futuras, ante a instabilidade surgida
com a multiplicidade de casamentos e com o aumento da promiscuidade. A Igreja
existe para anunciar a verdade do Evangelho, e não pode se omitir quando as
coisas estão em desacordo com a sã doutrina, mas deve exercer seu papel de
transformação da sociedade, ensinando os valores morais e éticos cristãos e
formando genuínos discípulos de Cristo, que vivam de acordo com os valores do
Reino de Deus, usando para isto sua principal reunião de Subsídios EBD
sub-ebd.blogspot.com 17 ensino, a ED. Ela precisa estar consciente de seu papel
apologético e preventivo contra as heresias e todos os ataques à doutrina
cristã. Ensinar é uma ferramenta para que a igreja cumpra o plano de Deus. Ele
concede a esta os dons espirituais para capacitá-la a cumprir esta missão. O
ensino na igreja é uma atividade de primeira linha, com importância profilática
e estratégica. Não podemos investir apenas em "pronto-socorro", mas
muito mais em "ambulatório" de almas, "vacinando-as" contra
os males pregados pelo mundanismo. 3. Pela Ação Social. A proclamação do
evangelho não está restrita ao aspecto verbal, mas inclui ações concretas que
expressem o amor de Deus pelas pessoas (Tg 2.14-17; 1Jo 3.16-18) e torna-se
mais real quando demonstrada pelo serviço cristão que é motivado pelo amor ao
próximo. A ED pode realizar atividades de assistência social, com serviço
voluntário, arrecadação e distribuição de materiais (alimento, brinquedos etc)
e projetos que atendam às necessidades básicas dos indivíduos e da sociedade
(limpeza de áreas públicas, melhoria de condições de habitação etc).Muitas
vezes realizamos obras de ação social apenas como um modo de atrair as pessoas
para ouvirem a pregação do evangelho, sem estarmos real interesse em atender às
suas necessidades materiais, mas vemos na Bíblia muitas passagens nos
advertindo para atender a estas necessidades como demonstração de amor, não
apenas como uma "isca" para a evangelização (Mt 14.15,16; 25.34-40;
Rm 12.20). 4. Como meio de capacitação do cidadão. A ED deve promover uma
educação religiosa integral, preparando os crentes para uma vida equilibrada,
dentro e fora da igreja. Ela os prepara para conhecer a Palavra, saber a sua
vontade e cumprida (compreensão teológica). Também os habilita a cumprir a sua
missão como igreja do Senhor, alcançando a comunidade (compreensão social).
Ainda os capacita para o ministério cristão, utilizando os dons e talentos para
o trabalho no Reino (compreensão ministerial) e ainda os equipa para ter uma
vida equilibrada na família e no trabalho (compreensão existencial). O conteúdo
aplicado na ED oferece aos alunos uma formação ética e teológica, com
conhecimento de cultura geral, história, liderança e outras áreas, de forma a
complementar o ensino geral e dar-lhes uma capacitação para viverem como
cidadãos destacados na sociedade, com maior compreensão do propósito e
significado de sua vida. Também lhes dá oportunidade de desenvolver seus
talentos e treina-os nas habilidades de comunicação e no exercício de seus
dons. A ED, pois, tem muitas maneiras de alcançar a sociedade em que está
inserida, promovendo, como sal da terra e luz do mundo, a transformação dos
indivíduos, a preservação dos valores morais e éticos do reino de Deus,
ajudando aos carentes e capacitando os crentes a serem melhores cidadãos da
terra e do céu. Subsídios EBD sub-ebd.blogspot.com 18 Questionário 1- Explique
as diferenças que existem entre a simples pregação da Palavra de Deus e o
ensino da mesma? 2- À luz da Bíblia, onde a educação cristã deve ter início?
Cite pelo menos um exemplo bíblico. 3- O que o texto de Efésios 4.11,12
apresenta sobre dos ministeriais? E no que consiste o ministério do ensino? 4-
Todo método de ensino deve ser o mesmo ou é possível usar métodos diferentes,
conforme os tipos de aluno? 5- O ensino deve visar ao coletivo ou pode se dar
também de forma individualizada? Cite exemplos bíblicos. 6- Por que os dons
ministeriais de mestre e pastor aparecem ligados em Efésios 4? 7- Em síntese,
qual a importância do ministério do ensino para a vida da igreja? Subsídios EBD
sub-ebd.blogspot.com 19 Capítulo 3 A escola dominical na formação de pessoas
relevantes na sociedade Introdução A Escola Dominical nasceu da visão de um
homem que, angustiado pelos menores carentes de sua cidade, saiu a resgatá-los
da marginalidade. Ele não haveria de ficar insensível ante a situação daqueles
meninos e meninas, que erravam pelas ruas de Gloucester. Nesta cidade inglesa,
a delinquência infanto-juvenil já era um problema crônico. O jornalista
episcopal Robert Raikes tinha 44 anos, quando se dispôs convidar os pequenos
infratores a reuniremse aos domingos, para aprender a Palavra de Deus.
Juntamente com o ensino religioso, minis- trava-lhes matemática, história e
língua inglesa. Não demorou para que a escola de Raikes se popularizasse. A
oposição também não demorou a chegar. Muitos eram os que o acusavam de
quebrantar o domingo. Onde já se viu profanar o dia do Senhor com tais
crianças? Será que o Sr. Raikes não sabe que o domingo é sagrado? Ele sabia
também que Deus é adorado através de um trabalho amoroso e incondicional.
Embora haja iniciado o seu ministério em 1780, foi somenteem 1783, após três
anos de oração, observações e experimentos, que Robert Raikes resolveu divulgar
os resultados de seu pioneirismo. No dia três de novembro de 1783, Raikes
publica, em seu jornal, o que Deus operara e continuava a operar na vida dos
meninos de Gloucester. Eis porque a data foi escolhida como o dia da fundação
da Escola Dominical. Que a Escola Dominical, pois, volte às suas origens, e
seja uma agência especializada do Reino de Deus, transformando a sociedade com
o Evangelho de Cristo. I. O RESGATE DA ESCOLA DOMINICAL Robert Raikes criou a
Escola Dominical por dois motivos: suprir as lacunas magisteriais da igreja
oficial e as deficiências do sistema educacional inglês. A educação pública e
universal ainda era vista como utopia até mesmo na culta e progressista
Inglaterra. Somente os mais ricos tinham acesso à escolaridade. Quanto aos
outros, que se conformassem à miséria. Na prática, havia, ali, um sistema de
castas sedimentado pela fartura de alguns e pela carência de muitos. Enquanto
isso, o clero anglicano ia aumentando seus privilégios, ignorando a saúde
espiritual dos súditos de sua majestade. Angustiado por essas deficiências,
Raikes idealizou uma escola que desenvolvesse o educando por completo:
cultural, cívica e espiritualmente. E, para tanto, elaborou um currículo
simples, mas eficaz. Tendo em vista a experiência de Raikes, haveremos de
primar também por uma grade curricular que, conquanto dê prioridade ao
desenvolvimento espiritual do educando, promova-o como membro útil e relevante
da sociedade. Subsídios EBD sub-ebd.blogspot.com 20 E, assim, venha a
glorificar o nome de Deus e expandir-lhe o Reino além das fronteiras
denominacionais. 1. Seu currículo deve contemplar a educação integral do ser
humano. Que o aluno da Escola Dominical seja educado, tendo em vista sua dupla
cidadania: terrena e celeste. Se por um lado, deve ser preparado a entrar na
Cidade de Deus; por outro, tem de ser instruído a viver na cidade dos homens.
Ensinemos-lhe não somente teologia, mas também ética e civilidade. Como nem
todos são alfabetizados, temos por obrigação levá-los, pela Bíblia, a ler, a
escrever e a interpretar textos. A Escola Dominical, por sua própria índole,
não haverá de compactuar nem com o analfabetismo nem com a ignorância
institucional. Sua missão é promover o saber divino pelas disciplinas humanas.
2. Ela não deve restringir-se aos templos. A escola de Raikes apresentou, desde
o princípio, notáveis resultados, pois não se restringia aos templos. Sendo
igreja, não se limitava à igreja. Transcendia em missões junto aos menores
abandonados. Evangelizando pela educação, ia transformando a sociedade. Se
compararmos o projeto de Raikes às escolas dominicais de nossa época,
concluiremos: pouco restou do modelo original. Hoje, voltamo-nos exclusivamente
aos convertidos, e pouca atenção damos aos que se acham à margem de nossa
espiritualidade. Se quisermos, de fato, produzir santos teremos de sair do
santuário. Assim agia a Igreja Primitiva. 3. Seu rol de alunos não deve
limitar-se à membresia da igreja. Para se fazer parte do rol de membros de uma
igreja requer- se do novo crente: profissão de fé, batismo, contribuições etc.
Todavia, para se freqüentar a Escola Dominical, uma só coisa é necessária: a
vontade do educando. Este nem convertido precisa ser; sua disposição em
aprender a Palavra de Deus é suficiente. Que se ampliem, pois, as matrículas da
Escola Dominical. Tanto às crianças, quanto aos adultos, deve haver classes
especializadas, onde cada um tenha suas necessidades espirituais, sociais e
culturais amorosamente contempladas e supridas eficazmente. 4. Seu
funcionamento deve ir além dos domingos. A Escola Dominical só terá êxito se
funcionar também durante a semana. Embora só abra aos domingos, não pode
fechar-se de segunda a sábado. Durante a semana, que os professores visitem
seus alunos, enviem-lhes emails, telefonem-lhes, a fim de que estes sintam-se
integrados ao corpo de Cristo. Sem isso, a Escola Dominical jamais alcançará
seus objetivos: evangelizar enquanto ensina, integrando social e
espiritualmente cada educando. Subsídios EBD sub-ebd.blogspot.com 21 5. Sua
missão deve ir além das prioridades da igreja local. A igreja oficial da
Grã-Bretanha era um reflexo do Reino Unido: não tinha como prioridade a
educação popular. Se por um lado, esmerava-se na formação do clero, por outro,
desleixava-se quanto à sedimentação bíblica, social e cultural de seus membros.
Nisso, os protestantes ingleses em nada diferiam dos católicos. Muitas igrejas
já não incluem a Escola Dominical em suas agendas. Há eventos para tudo, menos
para a Educação Cristã relevante. E o resultado não poderia ser mais
desastroso. Não são poucos os pastores que suspendem a Escola Dominical, a fim
de promover festas e eventos, cuja principal motivação é financeira. O lucro do
momento torna-se perda na eternidade. II. UMA ESCOLA DE MUITAS FRONTEIRAS Com
raríssimas exceções, a Escola Dominical, hoje, contempla apenas uma fronteira:
transformar o aluno num bom membro da igreja local. Apesar de seus méritos,
este objetivo acha-se incompleto, pois não o prepara a testemunhar de sua fé no
âmbito social, profissional e cívico. A educação, para ser eficaz, tem de ser
completa e relevante. 1. Uma escola social. O ser humano não pode viver
isolado. Sua natureza gregária reclama o convívio dos semelhantes. Foi isso que
pressentiu Robert Raikes ao reunir os menores infratores de Gloucester. Ao
matriculá-los em sua escola, conscientizou-os de que poderiam deixar as ruas e,
pela educação cristã, fazerem parte de uma sociedade justa, solidária e
amorosa: a Igreja de Cristo. Somente assim haveriam de ser relevantes e úteis
como súditos de sua majestade. A integração do novo crente tem início na Escola
Dominical, pois é justamente aqui que ele recebe um tratamento diferenciado e
personalizado. Os cultos públicos não lhe possibilitam tal oportunidade.
Façamos, pois, da Escola Dominical um fator de integração total do novo crente.
Não lhe basta ser integrado à Igreja Invisível e Universal; ele tem de
sentir-se parte da igreja local. 2. Uma escola cívica. Os alunos de Robert
Raikes não demoraram a transformar-se em cidadãos relevantes e produtivos. Se
até a criação da Escola Dominical eram vistos como escória social, a partir daí
começaram a integrar-se social e civicamente. Juntamente com o ensino da
Palavra de Deus, aprendiam a língua materna, matemática, geografia etc. De
igual modo, recebiam sólida formação moral e ética. O método revelou- se tão
eficaz que levou a Escola Dominical a popularizar-se em todo o mundo. Em 1810,
já havia 275 mil alunos matriculados só no Reino Unido. Além de Robert Raikes
formar bons crentes, investia na formação de cidadãos de comprovada relevância
e excelência. Subsídios EBD sub-ebd.blogspot.com 22 3. Uma escola ética. O
relativismo moral não é privilégio de nossa época. No tempo de Raikes, a ética
era ditada pelo avanço da Revolução Industrial e por um capitalismo que já se
mostrava agressivo e selvagem. Até mesmo os cristãos achavam-se contaminados
pela força do dinheiro. Como sói acontecer nessas ocasiões, a moral achava-se
submissa a demandas inconfessáveis. Desse ciclo vicioso, não escapava nem a
igreja de sua majestade. Na Escola Dominical, porém, o irmão Robert ensinava às
suas crianças as diferenças entre o certo e o errado. Conscientizava-as de que
haviam sido chamadas a viver uma ética superior. E, como livro de texto,
apresentava-lhes a Bíblia Sagrada. A partir daí, o Reino Unido põe-se a
despertar e a distender as fronteiras do Reino de Deus até aos confins da
terra. Foi o período mais florescente das missões inglesas. III. UMA ESCOLA QUE
TRANSCENDE A IGREJA As igrejas do Reino Unido não aceitaram de imediato a
Escola Dominical. A Anglicana, por exemplo, apesar de haver rompido com o
Vaticano, ainda conservava-lhe a pompa e a realeza litúrgica. Portanto, não era
nada fácil introduzir, em sua agenda, uma escola popular, cuja clientela era
composta por menores abandonados e infratores. Acho que enfrentaríamos as
mesmas dificuldades. 1. A Escola Dominical é igreja, mas não deve viver apenas
para a igreja. Embora a Escola Dominical seja igreja, não tem de viver exclusivamente
para a igreja. Sua missão é evangelizar enquanto ensina. Por isso, deve,
transcendendo a agenda eclesiástica, proclamar o Evangelho através de uma
didática eficiente. Sua pedagogia haverá de contemplar não apenas os menores
abandonados e delinqüentes, mas também os adultos e os da terceira idade. A
Escola Dominical deve contemplar, inclusive, as instituições públicas de
ensino. A educação estatal brasileira acha-se tão deficiente quanto à da
Inglaterra da época de Robert Raikes. 2. A Escola Dominical tem como campo de
atuação: o mundo. Robert Raikes, ao lançar as bases da Escola Dominical, sabia
muito bem que o seu campo de atuação não se limitaria ao âmbito eclesiástico.
Por ser um departamento especializado da igreja, ela tem um compromisso didático
com o mundo. De maneira metódica e científica, cumpre a Grande Comissão que nos
entregou o Senhor Jesus: levar o Evangelho até aos confins da terra. A Escola
Dominical eficaz educa não apenas os convertidos, mas principalmente os que
ainda não receberam a fé. Por isso, exige-se que o seu rol seja mais numeroso
do que o da igreja. Ela é igreja, mas não pode ser asfixiada pela agenda
eclesiástica. Aliás, em qualquer programa denominacional, haverá de ocupar toda
a primazia, pois a evangelização, através da didática, é a principal missão da
Igreja de Cristo. Subsídios EBD sub-ebd.blogspot.com 23 3. A Escola Dominical
existe para educar e socorrer o mundo. A Escola Dominical tem como função,
portanto, não somente educar, mas também socorrer o mundo. Por isso mesmo, não
pode funcionar à margem da assistência social. Foi o que demonstrou Robert
Raikes ao lançar-lhe os fundamentos. A fim de educar os meninos perdidos de
Goucester, ele teve de proporcionar-lhes também a subsistência necessária. Quem
fala do pão que desce do céu, não pode negar o pão que brota da terra. Se
quisermos uma Escola Dominical realmente eficaz, temos de estar dispostos a
investir nesse projeto. Ela demanda recursos humanos, didáticos, assistenciais
e prontidão espiritual. Portanto, haverá de requerer a maior parcela de
recursos da igreja. Seus resultados, porém, serão mais do que surpreendentes.
IV. UMA ESCOLA QUE NÃO SE APRISIONA A HISTÓRIA O projeto de Robert Raikes
encantou o mundo evangélico. De Gloucelester, alcançou o Reino Unido, a Europa
continental, as Américas e as terras mais confinadas. A Escola Dominical,
porém, não pode limitar-se aos livros de história. Sua missão é fazer história,
transformando a sociedade pelo ensino da Palavra de Deus. 1. A Escola Dominical
existe para fazer história. A igreja começa a morrer por sua negligência à
Educação Cristã. Primeiro, extingue-se a Escola Dominical. Em seguida, a
própria igreja começa a extinguir-se. Haja vista as congregações que, tanto nos
Estados Unidos, quanto aqui, estão em vias de encerrar suas atividades. Se
permitirmos, porém, que a Escola Dominical cumpra integralmente a sua missão,
nossas igrejas haverão de experimentar um grande avivamento em todas as áreas.
Isto porque, todo reavivamento tem início pelo ensino sistemático das Sagradas
Escrituras. 2. A Escola Dominical pode mudar a história de nosso país. A Escola
Dominical mudou a história do Reino Unido. Sem ela, o avivamento de John Wesley
não teria sido tão eficaz. O mesmo haveriam de experimentar os evangélicos
americanos e brasileiros. As igrejas que mais crescem, em nosso país, são as
que investem na educação cristã relevante. Quanto às que se esforçam por
crescer à margem da Escola Dominical, estão fadadas a desaparecer. A Escola
Dominical existe para mudar a história da comunidade, do país e do mundo. Não
nos esqueçamos de que ela é o principal departamento da igreja; enquanto
ensina, evangeliza. V. A ESCOLA DOMINICAL EXIGE EDUCADORES COMPROMETIDOS COM A
TRANSFORMAÇÃO SOCIAL Sendo a missão da Escola Dominical tão sublime, urgente e
insubstituível, requer-se que seus obreiros estejam compromissados com o ensino
da Palavra de Deus. Eis o que se espera de cada professor: Subsídios EBD
sub-ebd.blogspot.com 24 1. Compromisso com a transformação social pela Palavra
de Deus. Não podemos esquecer-nos de que o pastor da igreja é o real
superintendente da Escola Dominical. Logo, deve ele ser o maior interessado em
seu êxito. Se a missão da igreja é a transformação da comunidade pelo ensino da
Palavra de Deus, esse processo tem de ser deflagrado pela Escola Dominical. E,
por esta, ter continuidade. Que todos sejam convocados a aprender a Bíblia
Sagrada. Mas, para tanto, exige-se que todos achem-se firmemente comprometidos
com esse ideal. 2. Compromisso com a proclamação do Evangelho. Quem é o
professor da Escola Dominical? E o evangelista que, através de métodos
pedagógicos, expõe o Plano da Salvação à sua comunidade. Por isso, deve ter
como alvo a proclamação do Evangelho de Cristo. Que o professor da Escola
Dominical tenha sempre em mente a exortação de Paulo: "Faze a obra de um
evangelista". Tanto os professores do departamento infantil, quanto os do
departamento de jovens e adultos, têm a obrigação de proclamar o Evangelho
através da didática. 3. Compromisso com a Ética Cristã. Numa sociedade
moralmente enferma, demanda-se que o professor da Escola Dominical leve seus
alunos a terem um forte compromisso com a Ética Cristã. Somente assim haveremos
de formar uma geração incorruptível, que preserve a vida humana e esteja pronta
a administrar corretamente a coisa pública. A Escola Dominical, pois, tem o
sagrado compromisso de formar não somente cidadãos dos céus, como também da
terra. Nossa dupla cidadania não pode ser ignorada. Enfim, a Escola Dominical
tem de estar comprometida com a educação completa do ser humano. Doutra forma,
perderá a sua razão de ser e existir. Ela haverá de preparar bons crentes,
obreiros eficientes e cidadãos exemplares. Agindo assim, poderá transformar a
sociedade pelo ensino metódico, sistemático e relevante da Palavra de Deus.
Esta á a nossa missão como educadores cristãos. Que a Escola Dominical cumpra
integralmente a sua tarefa. Subsídios EBD sub-ebd.blogspot.com 25 Questionário
1. Qual a missão da Escola Dominical? 2. Quando podemos definir que a Escola Dominical
obteve êxito? 3. Qual o destino das igrejas que estão descartando a Escola
Dominical? 4. De que maneira se dá a integração do novo convertido? 5. Como
funciona uma Escola Dominical no campo de atuação? Subsídios EBD
sub-ebd.blogspot.com 26 Capítulo 4 Uma Filosofia de Educação autenticamente
Cristã I. A FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO CRISTÃ Não é difícil definir a Filosofia da
Educação Cristã. Afinal, sobre esta refletimos todos os dias, mesmo quando não
frequentamos a ED ou deixamos de assomar o púlpito. Faz-se ela presente em cada
uma de nossas devoções, na leitura da Bíblia e no serviço cristão. Vejamos, em
primeiro lugar, o que é a Filosofia. 1. O que é a Filosofia. Etimologicamente,
a palavra Filosofia, oriunda do grego, significa amor pela sabedoria. Logo, o
filósofo, como bem o acentuou Pitágoras, não é propriamente um sábio, mas um
amigo do saber. A Filosofia, pois, é a ciência que tem por objetivo levar o ser
humano à reflexão. E isso ocorre todas as vezes que, perplexos diante dos fatos
da vida, pomo-nos a desbanalizar o banal, como enfatiza o filósofo brasileiro
Paulo Ghiraldelli Jr. E, agora, já conscientes de nossa missão no Universo que
Deus nos criou, começamos a problematizar e a meditar sobre os poderosos atos
do Criador. O teólogo e filósofo norte-americano R. C. Sproul assim discorre
acerca da necessidade da Filosofia: "A Filosofia nasceu da antiga busca da
realidade última, a realidade que transcende o que é próximo e comum e define e
explica os elementos da experiência diária". 2. O que é a Filosofia da
Educação Cristã. Tendo em vista o significado e o propósito da Filosofia, é-nos
possível definir a Filosofia da Educação Cristã como o resultado de uma
reflexão sistemática e metódica sobre o ensino e o aprendizado do ser humano
que, tendo como base as Sagradas Escrituras, orienta a ação da Igreja quanto à
educação de seus membros e da sociedade na qual está inserida, a fim de que o
homem de Deus seja perfeito em todos os seus caminhos. 3. Filosofia ou Teologia
da Educação Cristã? Secularmente, a orientação ideológica de um sistema
educacional é conhecida como Filosofia da Educação. No âmbito evangélico,
porém, costumamos usar uma outra nomenclatura: Teologia da Educação. Para
efeitos didáticos e a fim de sermos entendidos pela comunidade pedagógica,
usaremos uma designação que, embora já conhecida, ainda não foi totalmente
assimilada no ambiente pedagógico evangélico. Subsídios EBD
sub-ebd.blogspot.com 27 II. A NECESSIDADE DA FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO CRISTÃ Ao
discorrer sobre o panorama da educação do mundo ocidental, John D. Redden não é
nada otimista: "O pensamento e ação educacionais modernos caracterizam-se
pela confusão e indecisão". 1. Necessitamos de uma filosofia da educação
cristã bem definida, porque a Grande Comissão que nos confiou Jesus contempla,
necessariamente, a educação dos povos (Mt 28.19,20). 2. Necessitamos de uma
filosofia da educação cristã bem definida porque a Igreja não é somente uma
comunidade adoradora e proclamadora. Em sua proclamação e adoração, avulta-se
ela, de igual modo, como a educadora por excelência do ser humano. O teólogo
suíço Karl Barth afirma: "A Igreja deve examinar seu testemunho para
assegurar-se de que ele é fiel. Desde modo, a fé a vida da igreja estão sendo
sempre provadas à luz da continua exegese das Escrituras. A Igreja a Palavra de
Deus, e, porque escuta, está obrigada a ser uma igreja que ensina". A
Igreja de Cristo tem de ser vista como uma Igreja Docente. 3. Necessitamos de
uma filosofia da educação cristã bem definida, porque um educador cristão não
pode prescindir de um embasamento filosófico, cujo fundamento acha-se nas
Sagradas Escrituras. 4. Necessitamos de uma filosofia da educação cristã bem
definida, porque, como Igreja Docente, temos de atuar como luz do mundo e sol
da terra para impedir a degenerescência de nossa sociedade. III. OS FUNDAMENTOS
DA FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO CRISTÃ A Filosofia da Educação Cristã tem como
fundamentos: 1. Bíblia Sagrada. A Bíblia Sagrada, como a inspirada e inerrante
Palavra de Deus, é o livro de texto por excelência do ser humano. Sociedades e
civilizações têm sido educadas e orientadas na doutrina dos profetas hebreus e
apóstolos de Nosso Senhor Jesus Cristo. Eis o que diz Paulo acerca do caráter
educativo da Bíblia em 2Tm 3.16,17. A Bíblia não se limita a instruir o homem;
ela transforma-o radicalmente, como salienta o evangelista e teólogo
norte-americano William Henry Houghton (1887 - 1947): "Muitos livros foram
publicados para nossa informação; a Bíblia, contudo, foi-nos concedida para a
nossa transformação". Não podemos esquecer-nos jamais da importância da
Bíblia para a Civilização Ocidental. Se hoje desfrutamos de liberdades
individuais e sociais, devemo-lo à Bíblia Sagrada. Ao repensar a História,
escreveu o jornalista e político americano Horace Greely (1811 — 1872): "É
impossível, mental e socialmente, escravizar um povo que lê a Bíblia". 2.
Tradição magisterial da Igreja. Subsídios EBD sub-ebd.blogspot.com 28 A Igreja
de Cristo já nasceu educando e transformando o ser humano. Como resultado do sermão
de Pedro no Pentecostes, mais de três mil almas converteram-se ao Senhor Jesus.
Nenhum curso foi tão bem-sucedido quanto àquele único e singular
pronunciamento. Uma única aula presencial foi suficiente para não somente
formar, como também transformar quase três mil almas (At 2.41). Que mestre
jamais conseguiu semelhante façanha? O Espírito Santo, através da Igreja de
Cristo, continua a educar social e espiritualmente o homem. Que a Igreja de
Cristo, pois, seja vista como a escola que prima pela excelência de seu ensino.
Ela foi instituída por Deus para educar o ser humano na verdade, a fim de que
este tenha um encontro experimental com o Criador. O pastor Henry W.
Beecher(1813-1887) entendeu perfeitamente o caráter magisterial da Igreja:
"A igreja não é uma galeria para a exibição de cristãos eminentes, mas uma
escola para a educação dos incultos, uma creche para cuidar dos débeis e um
hospital para a recuperação e cura dos enfermos espirituais". 3.
Necessidade educacional do ser humano. Ao popularizar o culto à natureza, o
filósofo suíço Jean Jaques Rousseau (1772-1778) acabou por criar o famoso bom
selvagem. O que existe na verdade é o mau civilizado. Sim, o homem que, apesar
de educado e ilustrado nos mais requintados centros de excelência, ainda
conserva, em seu interior, o germe do pecado que o transforma não somente num
selvagem, mas num monstro que, se não controlado, destrói, mata e pratica os
mais bárbaros crimes contra a humanidade. Somente o Evangelho de Cristo pode
transformar o bom selvagem e o mau civilizado numa nova criatura. De
conformidade com as Sagradas Escrituras, todos pecaram e encontram-se
destituídos da graça de Deus (Rm 3.23). Ora, se o homem é concebido em pecado e
por natureza deleita-se no pecado, isso significa que todos carecemos ser educados
no Evangelho de Cristo. Nenhuma outra plataforma educacional, a não ser a
mensagem da cruz, será capaz de transformar o homem num membro realmente útil à
sociedade e ao Reino de Deus. IV. OS OBJETIVOS DA FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO CRISTÃ
A educação secular limita-se a fazer do homem uma peça útil à engrenagem
social. Não é a sua missão, assim pensa a maioria dos pedagogos, prepararnos a
uma vida de retidão diante de Deus e da sociedade. Aliás, hoje nem mais faz
parte do currículo dos ensinos básico e médio a velha e já caduca Educação
Moral Social e Cívica. E o resultado não poderia ser pior: acabamos por criar
uma geração indiferente à ética e aos mais elementares dos valores morais. Como
resultado desse aleijão que recebe pomposas nomenclaturas pedagógicas, não são
poucos os criminosos que estão a ostentar os mais elevados títulos acadêmicos,
conforme assevera o presidente americano John Calvin Coolidge (1872 — 1933):
"O mundo está cheio de delinqüentes Subsídios EBD sub-ebd.blogspot.com 29
educados". Não nos esqueçamos de que alguns dos mais íntimos colaboradores
de Hitlereram celebrados acadêmicos. A Educação Cristã, todavia, tendo como
base o Evangelho de Cristo, transforma radicalmente o ser humano, tornando-o
útil a Deus, à sociedade e a si mesmo. Vejamos, pois, quais os principais
objetivos da Filosofia da Educação Cristã. 1. Propiciar ao homem um encontro
experimental com Deus. O Evangelho de Cristo é o maior projeto educacional já
oferecido à humanidade, pois não se limita a informar o homem. Formando e
transformando-o, faz dele um cidadão modelo tanto da terra como dos céus.
Somente o Evangelho contempla-o como um todo; os demais sistemas educacionais
veem - no apenas como um animal político - um ser meramente utilitário, um
fruto de uma escravizante evolução. Herbert Gezork, pastor e teólogo
norte-americano, reconhece a realidade da educação completa proporcionada pelo
Evangelho de Cristo: "Há somente um evangelho. Ele se destina ao homem
integral, sua família, sua comunidade, seus vizinhos, sua nação, seu
mundo". O Novo Testamento apresenta o homem como a obra prima de Deus. E
como tal deve ser educado em sua Palavra, a fim de que alcance a perfeição. E o
que nos requer o Todo-Poderoso: "Anda na minha presença e sê
perfeito" (Gn 17.1). Tendo em vista essa demanda, aparentemente impossível
de ser atendida por um mortal, a mensagem da cruz proporciona ao ser humano a
oportunidade de um encontro experimental com Deus por intermédio de Nosso
Senhor Jesus Cristo. Somente a partir desse encontro e dessa experiência é que
nos pomos a caminhar rumo à perfeição. Se a Bíblia não exigisse de nós, seres
imperfeitos, a perfeição, não seria ela a inspirada e inerrante Palavra de
Deus. O pastor reformista de origem escocesa An- drew Murray explica porque
Deus reivindica de suas criaturas morais uma vida perfeita: "A perfeição
não é uma exigência arbitrária; devido à natureza das coisas, Deus não pode
pedir menos". Em virtude dessa exigênda divina, cabe à Educação Cristã
aparelhar-se teológica e pedagogicamente, para oferecer ao ser humano uma
formação completa. Somente a Igreja de Cristo pode fazê-lo. Afinal, foi-nos
confiado o livro de texto por excelência da humanidade. Ao discorrer sobre a
educação integral do homem, o evangelista escocês Henry Drummon é categórico:
"O evangelho deve apoderar-se da totalidade do homem - corpo, alma e
espírito - e dar a cada parte de sua natureza seu exercício e recompensa".
Sim, somente o Evangelho de Cristo é capaz de educar integralmente o homem. 2.
Levar o homem à prática das boas obras. Já em comunhão pessoal com Deus, o
Evangelho de Cristo conduz o homem à perfeição através da observância das
Escrituras (2 Tm 3.16,17). 3. Tornar o homem útil à sociedade. Subsídios EBD
sub-ebd.blogspot.com 30 Se o cristão educa-se por apresentar-se perfeito diante
de Deus, certamente mostrar-se-á irrepreensível perante uma sociedade
hipócrita, mentirosa, corrupta e discricionária. A pedagogia cristã é o sal de
uma terra insípida e a luz de mundo sepultado em trevas. Não resta dúvida de
que a Igreja de Cristo é a grande pedagoga da humanidade. Ela tem falhas? Como
igreja local e visível, sim. Invisível e universalmente, não. Mas até em suas
imperfeições, contemplamos a perfeição de Cristo. Pois, consciente daquelas,
busca humildemente esta. O evangelista Stanley Jones fala da ação redentora e
pedagógica da Igreja: "A Igreja Cristã, com todas as suas faltas, é a
melhor instituição de serviço no mundo. Tem muitos críticos, mas não tem rivais
na obra da redenção humana". V. OS PRINCÍPIOS BÁSICOS DA FILOSOFIA DA
EDUCAÇÃO CRISTÃ Não podemos aceitar passivamente o currículo que nos impõe a
escola leiga. A grade curricular que nossas crianças são obrigadas a absorver,
com prejuízo da própria fé, busca incutir-lhes uma cosmovisão completamente
antagônica aos princípios cristãos. Aliás, não se trata de uma mera grade
curricular, mas de uma cadeia, onde são aprisionados, teológica e
filosoficamente, nossos filhos e netos. Ali, são forçados a pensar de acordo
com o sistema que, sub-repticiamente, vem sendo engendrado por homens que se
deleitam em opor-se ao próprio Deus. 1. A soberania da Bíblia Sagrada. Embora
laico, o Estado não pode arvorar-se acima da Bíblia Sagrada, pois esta é e
sempre será a inspirada, inerrante, soberana e completa Palavra de Deus. Nenhuma
lei, por mais elevada, pode contrariar as Santas Escrituras. O que temos visto
é que algumas matérias são criadas com o único propósito de desconsiderar a
Bíblia, taxando-a de retrógrada e até de caduca. Portanto, que nenhum currículo
seja criado com o intuito de combater o Livro de Deus. Se, por um lado, não são
poucos os governantes que, menosprezando a Bíblia, exaltam filosofias
imediatistas e moralmente lassas, por outro, ainda é possível encontrar
mandatários que desafiam toda essa onda mundana e diabólica, tendo a Palavra de
Deus em elevada estima. Haja vista o apreço que lhe manifestava o imperador Dom
Pedro II do Brasil: "Eu amo a Bíblia. Leio-a todos os dias, e, quanto mais
a leio, tanto mais a amo. Há alguns que não gostam da Bíblia. Eu não os entendo.
Admiro na Bíblia a sua simplicidade, as suas repetições e as reiterações da
verdade". 2. O criacionismo. Embora ensinada como verdade científica, a
Teoria da Evolução não passa de uma grosseira suposição. É tão carente de
confirmações quanto o Big Bang. Todavia, é ministrada nas escolas como um dogma
científico. E ai do professor que ousar ensinar o criacionismo bíblico.
Subsídios EBD sub-ebd.blogspot.com 31 A escola atual, arvorando a inverdade de
Darwin, aumentou o antagonismo entre a ciência e religião. Um antagonismo,
aliás, que jamais deveria existir; a verdadeira ciência não entra em confronto
com a Bíblia. Pesquisar e descobrir é uma tarefa que Deus entregou aos filhos
de Adão. Eis o mandato cultural e científico que o Criador entregou ao homem:
"Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele
domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais
domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela
terra" (Gn 1.26). O cientista alemão Wernher von Braun, que se notabilizou
como cientista da Nasa, afirma que nenhuma guerra deve ser travada entre a
religião e a ciência. Eis o que ele declara: "A ciência e a religião não
são antagonistas, mas irmãs. Ambas procuram a verdade derradeira. A ciência
ajuda a revelar, de uma maneira mais acentuada, acerca do Criador, através de
sua criação". Por isto, não podemos aceitar arremedos curriculares, que
promovam o antagonismo entre a fé tristã e verdadeira ciência. 3. Relativismo
moral. Além de os atuais currículos forçarem nossos filhos e netos a aceitarem
como verdades científicas algumas teorias que nem como hipóteses deveriam ser
aceitas, induzem-nos a trocar os valores bíblicos por uma moral relativista e
pecaminosa. Assim, vão os modernos pedagogos forjando uma geração despojada de
parâmetros morais absolutos. Sem estes, como poderá sobreviver a já enferma e
debilitada Civilização Ocidental? Ensinos nocivos e abomináveis: a) opção
sexual, b) inexistência de verdades absolutas, c) volação da santidade da vida:
aborto, eutanásia e enge nharia genética visando à eugenia, d) desrespeito aos
pais sob o pretexto de leis de proteção à criança e ao adolescente. VI. O QUE
FAZER PARA QUE A IGREJA CUMPRA SUA VOCAÇÃO MAGISTERIAL A educação do Mundo
Ocidental deve mais à Igreja Cristã do que ao decadente e corrupto Império
Romano. Se o sistema educacional deste prestava-se a formar uma elite para dar
continuidade à governabilidade de Roma, aquela sempre apresentou-se para
informar, formar e transformar a criança nos caminhos do Senhor, a fim de que
se torne útil tanto ao Reino de Deus como ao mundo dos homens. O ensino
fundamental é fruto do trabalho catequético da Igreja. Quanto às universidades,
não há o que se discutir; nasceram elas nos monastérios e conventos que se
fizeram centros de excelências educacionais. Por conseguinte, temos de
resgatar, o mais depressa possível, a vocação magisterial da Igreja de Cristo.
Eis o que urge fazermos de imediato: Subsídios EBD sub-ebd.blogspot.com 32 1.
Uma Filosofia educacional. Como educadores e filósofos da educação,
estabeleçamos as linhas mestras de uma educação verdadeiramente cristã, que
leve em conta os valores comprovadamente bíblicos. E que esta educação não
fique circunscrita ao púlpito nem se limite à Escola Dominical, mas force as
igrejas a pensar com mais seriedade na educação de nossas crianças. A Educação
Cristã tem de apresentar as linhas mestras de uma Filosofia pedagógica que
tanto prepare o homem para o céu, como o habilite a viver na terra como representante
do Reino de Deus. É hora de apresentarmos às autoridades constituídas nossas
demandas curriculares, para evitarmos que nossos filhos e netos não tenham a
sua formação cristã desconstruída por pedagogos liberais e anticris- tãos. Mas
nada poderemos fazer se não tivermos uma Filosofia da Educação Cristã bem
definida, clara e que apresente as reivindicações das Sagradas Escrituras. 2.
Construção de Escolas que primem pela excelência. Muitos são os nossos
seminários, faculdades teológicas e institutos bíblicos. Poucos, entretanto,
são os educandários voltados à formação básica e médica de nossas crianças e
adolescentes. Por que nós evangélicos não investimos na educação de base? Como
haveremos de ter bons seminários se não nos dedicamos ao ensino elementar?
Afirmou o romancista francês Victor Hugo: "Quem abre uma escola, fecha uma
prisão". Todavia, se nos dispusermos a construir escolas, que estas primem
pela excelência e não apenas pela quantidade. Se as escolas católicas e
adventistas são vistas como centros de excelência no ensino e na formação de
crianças, adolescentes, jovens e adultos, não podemos conformar-nos a não ser
com a própria excelência. 3. Formação de professores conscientes de sua missão
educativa. Num curso como este, não objetivamos apenas a formação de
professores de ED. Visamos de igual modo à conscientização de todos os nossos
mestres, pedagogos e filósofos da Educação Cristã, a fim de que proporcionemos
uma educação de qualidade aos nossos filhos e netos. É imperativo que façamos
triunfar os valores cristãos numa sociedade pós-cristã e explicitamente
anticristã. E somente o faremos se começarmos pela educação. Sua missão,
professor, não é somente inadiável; é pessoal e intransferível. Forjemos, pois,
uma Filosofia da Educação Cristã bíblica que prime pela excelência. Deixo a
advertência de Paulo em Romanos 12.7. Subsídios EBD sub-ebd.blogspot.com 33
Questionário 1. Qual a definição de filosofia da educação cristã? 2. Como a
Igreja pode cumprir a sua vocação magisterial? 3. Qual a função do professor?
4- O que podemos chamar de filosofia educacional? 5. Cite alguns ensinos
nocivos e abomináveis de Relativismo moral Subsídios EBD sub-ebd.blogspot.com
34 Capítulo 5 Condições para o estudo das Lições Bíblicas O que você faz quando
precisa estudar algum assunto ou matéria? Apenas reúne alguns livros e começa
imediatamente, em qualquer lugar? Você seria capaz de estudar em um ambiente
barulhento e desconfortável? Estudaria mesmo se estivesse com muita dor de
cabeça ou com algum tipo de preocupação? Estudar implica aproveitamento.
Estudar não é apenas ler trechos de um bom livro, copiar artigos da internet,
ou compendiar conhecimentos prontos. Estudar requer muita concentração, tempo,
ambiente apropriado, força de vontade e abnegação. Para que o professor de ED
estude com boas possibilidades de sucesso é preciso que algumas condições sejam
atendidas, satisfatoriamente. Essas condições podem ser classificadas em
"extrínsecas e intrínsecas". I. CONDIÇÕES EXTRÍNSECAS As condições
extrínsecas de estudos são aquelas que não se relacionam com a pessoa de quem
estuda. Referem-se àquelas circunstâncias materiais e de ambiente, quais sejam:
local, conforto, material de estudo, ordem, interrupções, períodos de estudo e
horas de estudo. 1. Local. É importante que se estabeleça um local de estudo
isolado do burburinho da rua ou da casa. E aconselhável que o local não seja
utilizado para outros fins, tendo em vista estabelecer condicionamento propício
às atitudes de estudo. Assim, o local não deve ser utilizado para outras
práticas que não estejam relacionadas ao estudo. O local deve ser
suficientemente iluminado, devendo vir a luz, tanto natural como artificial, da
esquerda para a direita, com relação à posição do estudante. Sempre que
possível, dar preferência a luz natural. E conveniente afastar da vista do
estudante, coisas que lhe possam desviar a atenção, como fotos, revistas,
televisão e mesmo evitar a permanência no local, de pessoas que, entretidas em
outras atividades, possam roubar a atenção de quem deseja estudar. 2. Conforto.
O local de estudos requer condições mínimas de conforto e higiene, como cadeira
e mesa adequadas, luminosidade e temperatura satisfatórias. Estes elementos,
quando adequados, contribuem para diminuir a fadiga e aumentar a concentração
mental. Posição física incorreta pode, em pouco tempo, determinar cansaço
muscular, acarretando, queda no rendimento intelectual. É claro que outros
prejuízos físicos podem advir da má postura na cadeira. Subsídios EBD
sub-ebd.blogspot.com 35 A iluminação, também, pode acarretar, quando
inadequada, fadiga mental, além de outros prejuízos para a própria vista. 3.
Material de Estudo. Todo estudo requer um mínimo de material informativo que
permita esclarecimentos e aprofundamentos referentes aos temas estudados.
Assim, claro é que, para estudar, é necessário que haja ao alcance das mãos,
enciclopédias, dicionários de língua portuguesa, dicionários bíblicos, atlas
geográfico bíblico, concordâncias, manuais bíblicos, compêndios, caderno de
apontamentos, além dos livros específicos referentes ao tema que esteja sendo
estudado. 4. Ordem. Todo material deve estar separado e selecionado quanto ao
tipo de informes que possa oferecer. Devem ser providenciadas fichas e pastas
referentes a temas em geral e especificamente para cada tema, que contenham
indicações bibliográficas, anotações, indicações de fontes de estudos, resumos
e todo tipo de notas, a fim de não sobrecarregar a memória. Importante, também,
anotar as dúvidas, conceitos, comentários ou informações, logo que forem
surgindo, não deixando para depois, quando poderá ser tarde, devido a possíveis
falhas de memória. Quando estiver lendo e encontrar uma palavra que não
conheça, sublinhe e consulte o dicionário assim que puder. 5. Interrupções. É
aconselhável interromper o estudo aos primeiros sintomas de cansaço, com
descanso de alguns minutos, pondo o corpo em movimento, respirando fundo ou
relaxando os músculos, voltando, a seguir, ao trabalho. De pouco adianta teimar
a continuar estudando, sentindo cansaço, porque haverá maior dispêndio de
energia, com mínimo ou nenhum rendimento. É aconselhável, também, segundo
condições pessoais, realizar interrupções nos trabalhos de estudo, de trinta em
trinta minutos ou de hora em hora, para evitar que a fadiga maior se manifeste.
Parece que é ideal a pausa de uns dez minutos, após um período de quarenta e
cinco ou cinquenta minutos de estudo. 6. Período de Estudo. O período do dia
mais favorável para estudar depende de uma série de circunstâncias, como
disponibilidade de tempo do estudioso ou estudante, hábitos de vida, etc.
Depende, também, de certa inclinação pessoal para estudar neste ou naquele
período. Tudo indica, no entanto, que as melhores horas para o estudo são as da
manhã. O período da manhã, assim, é o mais indicado para estudar. Em época de
calor, as horas da manhã e da tardinha são as mais recomendadas. Subsídios EBD
sub-ebd.blogspot.com 36 De modo geral, se possível, seria interessante
enfrentar situações novas de estudos, pela manhã e revê-las, para efeito de
fixação e integração da aprendizagem, à tarde. Sempre que possível, evite
estudar à noite, período em que o esforço a empregar é sempre maior e sem
garantias de bons resultados. 7. Horas de Estudo. Não há número determinado de
horas que possa ser considerado satisfatório. Cada estudante deve estabelecer
um "quantum" de tempo, por dia, que lhe seja necessário para vencer
satisfatoriamente suas tarefas. Este "quantum" está na dependência da
capacidade de concentração mental, da motivação e das necessidades de cada um.
II. CONDIÇÕES INTRÍNSECAS As condições intrínsecas são aquelas que mais se
relacionam com a pessoa do estudante. Referem-se àquelas circunstâncias mais de
caráter pessoal, como: saúde, nível mental, tema de estudo, vontade de estudar,
nível de aspiração, ausência de preocupações, ausência de distrações, e
ausência de preconceitos. 1. Saúde. Boa saúde é condição básica para estudar. E
difícil a uma pessoa poder dedicar-se ao estudo ou ao que quer que seja se não
estiver gozando de boa saúde. O depauperamento provocado por moléstia e,
principalmente, preocupação com a mesma, retiram as possibilidades de êxito nos
estudos. Das condições de boa disposição para os estudos, uma se destaca dentre
as demais, é o repouso pelo sono. O estudante deve evitar perder horas de sono,
pois esta falta passa a refletir na disposição e rendimento dos estudos. É
preciso evitar sono atrasado, que é verdadeiro antídoto contra a disposição de
estudar. O dormir demais, no entanto, é tão prejudicial quanto o dormir pouco.
2. Nível Mental. O nível mental é, certamente, uma das condições básicas para
saber-se o tipo de estudos a que um indivíduo pode dedicar-se. Nível mental
baixo é sempre um obstáculo para os estudos, uma vez que os resultados serão
precários, o que acaba levando ao desânimo e à perda de confiança em si. Assim,
antes de se fazer qualquer exigência com relação aos estudos, é bom saber-se o
que ele pode estudar e até que profundidade o poderá fazer. É altamente
prejudicial solicitar a um estudante mais do que ele possa dar, bem como, é
prejudicial solicitar menos do que possa realizar. 3. Tema de Estudo. Subsídios
EBD sub-ebd.blogspot.com 37 Se for dado a escolher o tema de estudo, é
aconselhável fazê-lo no setor que mais interesse ao estudante e para o qual revele
mais aptidões. Assim procedendo, o próprio estudo será fonte de constante e
autêntica motivação, ao mesmo tempo que as possibilidades de melhores
resultados serão maiores. 4. Vontade de Estudar. Esta condição é básica, pois,
mesmo com todas as demais condições satisfeitas ou favoráveis, não havendo
vontade de estudar, os resultados serão mínimos e mesmo nulos. Daí a
importância da escolha ou da indicação de temas para estudo que estejam de
acordo com as aptidões e que atendam a necessidades, aspirações ou preferências
de quem vai estudar. Quando iniciar um estudo, iniciá-lo mesmo, com o máximo de
energia e determinação, pois, caso contrário, o esforço irá se tornando
molesto, o trabalho pouco ou nada progredirá e o estudante cairá, facilmente,
em estado de fadiga e desânimo. 5. Nível de Aspiração. O nível de aspiração
joga papel importante, uma vez que pode reforçar ou diminuir a disposição para
estudar. O nível da aspiração representa o que o indivíduo pretende ou se supõe
capaz de alcançar no desempenho de uma tarefa, que pode traduzir-se em atitude
de excessiva, pouco ou normal confiança em si, esperando muito, pouco ou normal
rendimento, com relação às suas possibilidades. Subsídios EBD
sub-ebd.blogspot.com 38 Capítulo 6 Como motivar as pessoas para a ED? Penso que
uma das grandes preocupações de pastores que têm sob sua responsabilidade uma
congregação ou de superintendentes da Escola Dominical, seja a baixa frequência
na ED. Muitas vezes, a grande pergunta é: "o que fazer para motivar as
pessoas?". Não há uma resposta direta ou "milagrosa" para esta
pergunta. Percebo, porém, que estamos focados em pontos materiais e deixamos de
lado o fator humano. Pensando na pluralidade das várias igrejas da nossa
denominação no Brasil, com diferentes características regionais e sociais,
proponho uma reflexão prática sobre um tema simples, porém de extrema
profundidade. Conversando com superintendentes e pastores de igrejas, percebi
que o exemplo é um fator para motivação enquanto que a falta dele é um fator
claro para desmotivação. A primeira observação está no âmago da família cristã.
Os pais precisam dar o exemplo a seus filhos, participando da Escola Dominical.
Mas participar não é apenas comparecer na Escola Dominical, ouvir alguma
informação, levantar e ir embora. É mais do que isto! As crianças e
adolescentes observam seus pais e os imitam. Então, os pais precisam ir até a
Escola Dominical, motivados a aprender. Aprender é diferente de ser informado.
Aprender é quando aquilo em que ao estudar por meio formal ou informal, o
objeto do estudo causa algum tipo de mudança naquele que aprende. Esta é uma
definição "clássica" da Pedagogia e essencial para a vida cristã.
Logo, se eu vou a Escola Dominical e nada muda em mim, então eu não estou
aprendendo, eu estou sendo apenas informado. Os pais dão o exemplo quando
demonstram que tem vontade em aprender e também "celebram" este
aprendizado com mudanças que são observadas por seus filhos. Pequenas ações os
marcarão como fator de motivação. Citando algumas: ao voltarem para casa após a
Escola Dominical, os pais podem demonstrar como aprenderam o novo assunto
ministrado ou podem comentar durante a refeição sobre o tema da lição,
explicando aos seus filhos (observando a linguagem para cada faixa etária).
Também seus filhos devem ver seus pais estudando a lição durante a semana. Os
pais também dão exemplo com atitudes práticas. Primeiramente, devem levantar-se
cedo no domingo, com tempo hábil para uma refeição agradável, e para que os
filhos tenham tempo para "acordar" adequadamente para irem a Escola
Dominical. Não se deve iniciar o domingo com gritos para acordar um ou outro, e
os pais devem estar alegres em levantar para irem a igreja. O domingo precisa
ser lembrado pela alegria em ir à Casa do Senhor para aprender (SI 122.1, SI
84.10). Outro ponto importante é a manifestação dos pais quanto ao aprendizado
de seus filhos. Algumas igrejas (penso que a maioria) efetua encerramento da
Escola Dominical, onde as classes, principalmente de crianças, apresentam o
Subsídios EBD sub-ebd.blogspot.com 39 Texto Áureo e também apresentam algum
cântico ou algo assim. Neste momento, sugiro que os pais mostrem que estão
assistindo as crianças, tirem fotografias, façam filmagem, "vibrem"
com seus filhos, porque eles estão aprendendo a Palavra de Deus, na linguagem
deles, do jeitinho deles, mas certamente estão aprendendo. Quando os são
maiores, como pré- adolescentes, adolescentes e jovens, os pais podem perguntar
sobre o que os filhos aprenderam na. ED, inclusive durante a semana, podem
estudar com seus filhos, ajudando-os a decorarem textos bíblicos. Parece que
estamos mais preocupados com o ensino secular (que é importante obviamente) do
que com o ensino bíblico de nossos filhos. Ir à Escola Dominical é quase que
uma obrigação. Será que não estamos justamente passando uma mensagem a nossos
filhos de que a Casa de Deus ou aprender de Deus não é tão importante? Que Deus
tenha misericórdia de nós! Os professores têm um papel importantíssimo e são
fatores para motivação, mas também devem dar o exemplo como membros fiéis e
comprometidos com o Senhor. Suas atitudes fora da ED são observadas,
principalmente pelas crianças. Devem estar preparados para dar aula, mas suas
vidas deve ser um grande exemplo aos alunos. Por último, mas não menos
importante, estão o pastor ou dirigente da igreja e seus obreiros auxiliares.
Infelizmente tenho observado pastores e obreiros que não estão presentes na
Escola Dominical, inclusive aparentemente até agem com um certo desdém quanto a
Escola Dominical, como se não fosse importante. O líder, pastor ou dirigente
deve ser o exemplo para a igreja conforme nos orienta Paulo (Tt 2.7,1 Tm 4.12,
2 Ts 3.9), incluindo comparecer assiduamente na ED. Dentro da Escola Dominical,
o pastor ou dirigente pode ser aluno ou professor. Se ele for aluno, ele deve
ajudar o professor da classe em que está matriculado em questões polêmicas ou
"delicadas" que possam surgir, mas os alunos devem ter liberdade para
questionarem. O pastor deve estar cedo na Escola Dominical, preferencialmente
recebendo os irmãos. O pastor também pode visitar as classes das crianças,
adolescentes e jovens e nestas classes, uma boa prática é fazer a oração que
inicia a aula, abençoando os alunos e o professor da classe. São pequenas coisa
que o pastor pode fazer e que será guardadas na memória dos membros como
demonstração de amor pelo rebanho. O pastor deve ressaltar que a Escola
Dominical é importante para a vida prática dos membros e deve ser tratada como
algo importante para a família e para o ministério local. Ela não pode ser
relegada a algo em segundo plano ou sem importância. E esta importância deve
ser demonstrada pelos obreiros, como um dos principais elementos da igreja
evangélica, porque através dela os membros aprendem mais da Palavra do Senhor.
Além disto, a ED é um espaço para diálogo. E o momento em que as pessoas podem
fazer perguntas sobre assuntos específicos, que (usualmente) não são feitas
durante os cultos. Mesmo em tempos de Pós-Modernidade, o fator humano é o mais
importante para a Escola Dominical, portanto, pastores e líderes dando exemplo
e pais e mães sendo referência para seus filhos são fatores de motivação direta
para a Subsídios EBD sub-ebd.blogspot.com 40 Escola Bíblica Dominical. Estes
dois itens são aplicáveis em qualquer região, cultura e classe social.
Apliquemo-nos a conhecer o Senhor; sua vinda é certa como a da aurora; ele virá
a nós como a chuva, como a chuva da prima- vera que irriga a terra.
Subsídios
EBD sub-ebd.blogspot.com 4
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