O PROFESSOR DA ESCOLA DOMINICAL COMO UM AGENTE DE DEUS PARA A
TRANSFORMAÇÃO DE VIDAS.
Introdução
O professor da EBD é,
antes de tudo, um obreiro. Como obreiro, o professor deve ser aprovado em seu
ofício, e ser hábil no manuseio da Palavra de Deus (2 Tm 2.15).
O ensino da EBD, levando
em conta os seus objetivos, exige da parte do professor o melhor que ele pode
dar. Exige que o professor se gaste e seja gasto, no treino, no preparo, na
oração, no planejamento. Exige que se entregue a si mesmo, com todas as suas
forças.
Ser professor apenas
para transmitir conhecimentos talvez seja até fácil, mas não se chegará a lugar
algum; primeiro, porque quem apenas se dispõe a transmitir o que sabe está
totalmente fora dos objetivos básicos do ensino, e segundo, porque o verdadeiro
papel do professor da EBD não é ensinar, mas contribuir para a transformação de
vidas através do ensino da Palavra de Deus, de forma sistemática
O professor é um
representante do pastor para a edificação de uma pequena parcela do Corpo de
Cristo, a sua classe. em classe, o professor da EBD deve ser também o primeiro
conselheiro espiritual dos alunos. Isso refere-se não apenas às dúvidas sobre
questões bíblicas, mas também à adaptação do ensino bíblico às situações
problemáticas vividas pelos alunos.
O professor é e sempre
será um modelo para seus alunos, mesmo não o desejando. Isto quer dizer que ele
servirá como padrão para seu aluno decidir como será sua atuação na igreja, o
quanto ele conhecerá a Bíblia, que tipo de comportamento ele terá em seu dia a
dia, quais serão suas opiniões sobre assuntos polêmicos da sociedade moderna,
etc.
Cabe ao professor da
EBD, por definição, orientar o aluno e ajudá-lo a atingir sua maturidade
espiritual. (Ef 4.11-13)
Nos tópicos que se
seguem, apresentaremos seis itens imprescidíveis a serem observados pelo
professor da Escola Bíblica Dominical, como um agente de Deus para a
transformação de vidas.
I - A DEDICAÇÃO
O esforço indispensável
para a transformação de vidas
A Palavra de Deus
determina, em Rm 12.7, que aquele que exerce o ministério do ensino deve
fazê-lo com dedicação plena. Ser dedicado significa oferecer-se com afeto a
alguma coisa ou pessoa; significa consagrar-se a determinado serviço, encarando
todos os sacrifícios que forem necessários para executá-lo.
O ponto de partida para
o professor da EBD atuar como o agente de Deus na transformação de vidas é,
além da chamada divina, conscientizar-se do que Deus espera que ele faça para
exercer com dedicação o ministério do ensino, conforme é requerido em Sua
Plavra.
1) Ser um professor
dedicado exige que conheça seus alunos e seja conhecido por eles.
Só assim poderá
influenciar suas vidas, levando-as ao amadurecimento espiritual, o que podemos
chamar de vidas transformadas. À medida que procura influenciá-los para uma
vida de maior crescimento espiritual, o professor passa quase que a apascentar
seus alunos, que se tornam, por assim dizer, ovelhas suas. Isso significa que o
professor deve acompanhar todos os passos do aluno, dentro e fora da sala de
aula, não como quem vigia, supervisiona ou procura surpreender, mas como quem
se preocupa, desejando ajudar o aluno em todas as suas necessidades, sejam elas
materiais ou espirituais, para que sua ovelha não venha a desgarrar-se ou a
enfraquecer-se.
Muitas vezes o aluno
poderá vir a ter um determinado comportamento dentro da sala de aula e possuir
outro completamente diferente em sua casa. Isso requer do professor mais
atenção, de modo que, dentro da sala este aplique o verdadeiro ensino para
edificação do aluno; e fora da sala aplique aconselhamentos necessários à
firmeza do aluno de acordo com a doutrina da Palavra de Deus. Isso é ser
dedicado. Isso é exercer de fato o seu papel de agente de Deus para
transformação de vidas. O acompanhamento, fora da sala de aula, a ser feito
pelo professor, inclui, no mínimo:
a) Visitas periódicas ao
aluno, mesmo que este esteja firme na igreja. O aluno pode estar firme na
igreja, e ser assíduo à EBD, mas em casa pode estar passando sérios problemas,
e precisa da mão amiga do professor;
b) Visitas constantes,
quando o aluno não demonstra assiduidade à EBD. O professor precisa saber o que
ocorre (está viajando? está doente ? está fraco na fé ?):
c) Procurar saber como é
a família do aluno. São todos salvos ? (Se não o forem, o professor deve
evangelizá-los) A família apoia ou impede a freqüência do aluno à EBD ?
d) Atender o aluno em
suas necessidades materiais, através do Departamento de Assistência Social de
Igreja;
e) Orar, jejuar e interceder
constantemente pelo aluno;
f) Auxiliar o aluno no
desenvolvimento de suas tarefas de EBD, se este não consegue desenvolvê-las
sozinho.
O bom professor conhece
seus alunos. Conhece suas características pessoais. Sabe lidar com suas
características físicas, intelectuais, sociais, emocionais e espirituais. Sabe
apascentá-los.
2) Ser um professor
dedicado exige que se empenhe no preparo adequado das lições e da organização
das aulas.
Não se pode esperar
praticamente nada de um professor que não se dedica ao preparo das lições que
ministrará no domingo. Um professor dedicado gasta horas e horas de sono
procurando reunir o melhor que puder para apresentar à classe, da melhor
maneira possível, na aula de domingo. É preciso que haja dedicação plena para
encarar o desafio de cumprir semanalmente determinadas tarefas, dentre as quais
destacamos:
a) Estudar várias vezes
o texto da lição;
b) Reunir e fazer uso de
todo o material de pesquisa que for necessário ao preparo da lição;
c) Virar noites
pesquisando o assunto da lição de domingo, para montar um bom plano de aula e
estabelcer os objetivos da lição, considerando as necessidades da classe, e as
características pessoais dos alunos;
d) Reunir e fazer uso
dos recursos instrucionais adequados ao desenvolvimento da aula, como também
estabelecer qual o método ou métodos de ensino irá adotar para ministrar com
sucesso a aula de domingo.
e) etc.
3) Ser um professor
dedicado exige que tenha visão voltada para o crescimento da Escola Bíblica
Dominical.
O professor da EBD faz
parte de uma organização, e como tal, deve estar inteirado dos objetivos gerais
da mesma, para poder dar sua contribuição na busca do alcance desses objetivos.
Qualquer organização que se preze, tem como objetivo central o crescimento,
tanto quantitativo como qualitativo. Assim é na Escola Bíblica Dominical.
a) O professor dedicado
preocupa-se com o crescimento da sua classe, fazendo campanhas e usando outros
recursos para motivar o progresso da sua classe, sabendo que isso refletirá no
crescimento da EBD;
b) O professor dedicado
procura enquadrar-se nos objetivos gerais da EBD de sua igreja, sendo um fiel
colaborador do Superintendente, em todos os sentidos;
c) O professor dedicado
faz discípulos (novos professores) em sua própria classe, para colocar à
disposição do Superintendente novos talentos, até então no anonimato;
d) O professor com visão
voltada para o crescimento motiva os demais a crescerem juntos com ele.
II - O CRESCIMENTO
A melhoria indispensável
para a transformação de vidas
Em Lc 2.52 a Bíblia diz:
“E crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os
homens”. Há inúmeras lições a aprendermos com esta passagem sagrada, pois sendo
Jesus o Filho Deus, precisou crescer e se aperfeiçoar, em vários sentidos e
aspectos, enquanto Filho do Homem. Um desses aspectos, aliás o mais relevante,
pelo qual Jesus mais se identificava, como bem sabemos, era o de ser chamado
“Mestre”, como de fato O foi, e fazia questão de assim ser reconhecido. Mestre,
na verdade, era um título atribuído aquém do que realmente fazia jus, pois o
Senhor era mesmo o Mestre dos Mestres.
Pois bem, o Filho de
Deus, o Mestre dos Mestres, precisou crescer. Precisou se aperfeiçoar. Entre
outras coisas, essa “necessidade” sobretudo servia de exemplo para nós, seus
servos, seus seguidores, e também ensinadores da sua doutrina. Resumindo: Se
Jesus precisou crescer, o que dizer de nós, simples mortais? Um texto sagrado recomenda:
“Antes crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador, Jesus
Cristo” (2 Pe 3.18).
Deus tem sempre seres
humanos na realização dos planos divinos. Pessoas são importantes para Deus.
Entre as pessoas mais importantes do mundo de hoje encontram-se aqueles que
ensinam a Palavra de Deus em nossas Escolas Bíblicas Dominicais. Os professores
são importantes porque ensinam o livro mais importante - a Palavra do nosso
Deus. Lidam com outras pessoas, os nossos alunos, igualmentre importantes no
plano de Deus. Têm ao seu dispor o próprio Espírito de Cristo, como seu
professor e guia. Têm, no seu ensino, os mais dígnos propósitos que existem
entre os homens. É importante, portanto, o conceito que o professor tem de sí e
da sua tarefa.
Em que o professor
precisa melhorar? Em que precisa Crescer? Em que precisa aperfeiçoar-se para
atuar com sucesso como um instrumento de Deus na transformação de vidas?
Vejamos:
1) Como intérprete da
Bíblia
Em 2 Tm 2.15 a bíblia
diz: “Procura apresentar-se a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se
envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade”. O texto sagrado aquí faz um
apelo a nós, professores, que ensinamos a Palavra de Deus, para que saibamos
manuseá-la muito bem, interpretar bem as suas verdades, para não ensinarmos
nada errado e sofrermos as terríveis conseqüências disso (1 Co 9.27)
O professor da Escola
Bíblica Dominical é um intérprete da Bíblia. Ele foi nomeado e eleito para esse
fim. Ele fica ao lado do seu aluno para dar as melhores explicações possíveis,
para esclarecer palavras e frases difíceis, para desconselhar conclusões
precipitadas e para evitar interpretações espúrias, forçadas ou prejudiciais.
Grande é a
responsabilidade do professor como intérprete da Bíblia. O professor consciencioso
verá que este papel exige as melhores qualidades e o maior esforço possíveis.
Mas, ele não trabalha sozinho. Paulo reconheceu isto quendo disse: “porque nós
somos cooperadores de Deus” (1 Co 3.9). O trabalho não é nosso, é de Deus. Ele
nos chama e nos capacita para que sejamos seus colaboradores. E nos dá seu
Espírito para ser também o intérprete, tanto para o professor quanto para os
alunos.
2) Como líder da classe
A classe da Escola
Bíblica Dominical é a unidade básica. O líder da classe é o seu professor. É
bom que o professor se conscientize sobre suas responsabilidades como líder.
Infelizmente, em algumas das nossas EBD’s, a maioria das classes nunca realiza
a sua potencialidade. Será que os professores zelam para garantir um
professor-substituto na sua ausência? Preocupam-se com o crescimento de suas
classes? visitam os alunos ausentes, ou delegam responsabilidades para que isto
seja feito? Estão muito interessados em melhorar sua eficiência como professor?
sabem se os alunos não crentes estão mais próximos de uma decisão neste domingo
do que no domingo passado?
O professor possui
certas qualidades de liderança e os alunos esperam dele o exercício dessas
qualidades. Mas, ele não faz tudo. Como líder, ele leva a classe toda a
trabalhar e, juntos, eles conseguem suas metas predeterminadas. É o professor
que deve tomar a iniciativa na definição dessas metas para os seus alunos.
3) Como evangelista
Os maiores ganhadores de
almas em nossas igrejas são os obreiros da Escola Dominical. Se não o são,
devem procurar sê-lo! Têm as melhores oportunidades, o melhor preparo e os
motivos mais fortes para isso. E lidam constantemente com a Bíblia, o livro que
todos usam para evangelizar.
O ensino do professor da
EBD deve ser evangelístico. Isto significa que tudo o que ele faz e ensina
deve, direta ou indiretamente, focalizar a pessoa de Jesus Cristo como o
Salvador. O Dr. G. S. Dobbins (Melhor Ensino na Escola Dominical - Juerp, 1960)
sugere o seguinte:
• Qualquer que seja a
lição, o professor deve levar o aluno a encontrar-se com Cristo;
• Acima de tudo, o
professor compartilha Cristo;
• Qualquer que seja o
método usado, Cristo deve ser o mestre dentro da sala de aula.
Se é assim, como pode o
professor da EBD deixar de ser um evangelista? Como pode deixar de matricular
um não crente na sua classe? Como pode negar para o seu ensino da Palavra de
Deus a finalidade evangelística?
4) Como exemplo perante
os alunos
O professor ensina muito
pelo que diz, mas ensina mais pelo que é. As boas palavras do professor têm
como base e força maior o bom exemplo que ele vive. Quando o aluno vê o
evangelho vivido por alguém, isso lhe traz grandes grandes benefícios. É uma
confirmação do que ele está aprendendo. É a teoria em prática. O novo crente,
especialmente, precisa ver e acompanhar o andar de um crente mais maduro, para
poder entender o significado da maturidade espiritual.
Na verdade, o professor
deve refletir a vontade divina sendo executada em sua vida, e não a sua própria
vontade. Para tanto, convém perguntar: “Que tipo de pessoa sou eu?” Depois de
responder a essa, eis uma segunda: “Como posso melhorar a minha vida?”.
5) Como um amigo e
conselheiro
O professor que dirige
uma classe bíblica sem amor não passa de um “metal que soa ou címbalo que
retine” (1 Co 13.1). O que o professor diz no domingo tem que servir para todos
os dias da semana. O que faz um professor quando adoece um membro da sua
classe? Ou quando está em dificuldade de ordem familiar, moral ou financeira?
Ou quando se torna frio ou indiferente? O professor pode tomar o tempo de se
envolver, de aconselhar e procurar uma solução? Foi isso que Jesus fez. O
professor que não ama de verdade seus alunos dificilmente será um bom
professor. Dificilmente será instrumento de Deus para a transformação de vidas.
O aluno precisa
encontrar no seu professor um amigo. Um amigo para dar apoio quando está
desanimado, coragem quando está se sentindo espiritualmente abalado. Os
problemas do dia-a-dia são reais e o aluno quer respostas que funcionam, que
satisfazem. Encontrando-as ou não, se ele sabe que tem um professor que é seu
amigo, pode continuar na luta.
III - A DISCIPLINA
A postura indispensável
para a transformação de vidas
Em 1 Tm 4.12 a Bíblia
recomenda: “Sê o exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, na caridade, no
espírito, na fé, na pureza.”; Da mesma forma em Tt 2.7: “Em tudo de dá por
exemplo”; E em 1 Co 11.1 Paulo desafia:“Sede meus imitadores”.
Todo aluno deseja ser
como o seu professor. Deseja imitá-lo. Faz dele um modelo de conduta. O
professor deve se dar conta disso e procurar desenvolver um padrão de
comportamento que seja de fato exemplar, afinal, precisará usar essa ferramenta
em suaatuação como instrumento de Deus para a transformação de vidas.
O professor, queira ou
não, influencia. E não pode fugir disso. E essa influência contagia com
naturalidade toda a classe. Se o professor não é disciplinado, a influência que
transmitirá à sua classe será negativa, e as conseqüências disso serão,
seguramente, desastrosas.
São muitos os aspectos a
serem observados pelo professor da EBD em relação à sua conduta, principalmente
perante os alunos. Os 4 aspectos mais importantes são:
1) Pontualidade
O professor que chega
atrasado à sua classe estará, no mínimo, cometendo dois erros: 1o) roubando
parte do tempo disponível, para ministrar uma boa aula; 2o) permitindo que seus
alunos também cheguem atrasados e percam parte da aula que está sendo
ministrada. A pontualidade é fundamental como elemento de motivação para os
alunos. Os alunos adoram quando chegam à classe no domingo e já encontram o
professor esperando por eles, talvez revendo alguns apontamentos ou arrumando
uma melhor acomodação para a classe.
Os alunos fazem o maior
sacrifício para chegarem à classe no domingo dentro do horário de início da
aula, para não perderem a introdução do assunto que será ministrado e
inteirarem-se dos objetivos da lição, normalmente apresentados pelo mestre
durante a introdução da lição.
Se, entretanto, não
encontram o professor na classe, seguramente irão passar a não dar mais tanto
valor à pontualidade, e passarão a chegarem atrasados a partir do próximo
domingo, pois entenderão que, se isso fosse importante, o professor levaria a
sério. É contagiante! Cuidado!
Há um erro que muitos
professores cometem, sem que percebam, crentes que estão abafando! Esse erro
consiste em é ter que ficar esperando a classe “encher” para começar a aula.
Sabe o que vai acontecer? Os alunos concluirão que não valerá a pena chegar no
horário, pois terão que esperar os “atrasildos”. Portanto, passarão a
atrasar-se também.
Por outro lado, se o
professor iniciar a aula com pontualidade, mesmo com a sala vazia, levará os
“atrasildos” a se conscientizarem de que estão perdendo boa parte do ensino, e
passarão a ser pontuais também.
Professor, nunca permita
que a falta de pontualidade seja um empecilho para a sua atuação como
instrumento de Deus na transformação de vidas. Vidas que estão sob seus
cuidados!
2) Assiduidade
Assiduidade é sinônimo
de constância, de perseverança. A Bíblia recomenda: “Sede firmes e constantes,
sempre abundantes na obra do Senhor” - 1 Co 15.58 (grifo nosso). O professor
que tem por hábito não comparecer às reuniões da EBD, tais como o Estudo de
Professores, e até mesmo à sua própria classe, alegando sempre motivos
particulares, certamente não está em condições para dedicar-se ao ministério do
ensino, e muito menos de ser usado por Deus como instrumento para a
transformação de vidas, pois a Palavra de Deus reprova a falta de constância e
assiduidade (Lc 9.62). Não sendo assíduo às reuniões, o professor não estará
acompanhando o dia-a-dia da sua classe e também da sua EBD, para tomar
conhecimento das diretrizes que estão sendo estabelecidas para o aprimoramento
de todos os segmentos da Escola Dominical. Quando ele falta às aulas, passa
para o aluno uma imagem de descaso. E o pior é que o aluno o toma como modelo!
(como de fato o é).
3) Colaboração
Colaborar significa
laborar em conjunto, buscando o mesmo objetivo. Colaboração também pressupõe
integração. O professor disciplinado é um colaborador, em todos os aspectos,
junto ao seu Superintendente e demais colegas. Êle está sempre à disposição
para ajudar, para ser útil em alguma coisa que porventura possa estar ao seu
alcance fazê-lo. Mesmo que determinadas diretrizes estabelecidas na EBD pelos
dirigentes não sejam, em sua opinião, perfeitas, ou do seu agrado, mas ele as
acata e as faz cumprir. Tudo por disciplina. Tudo por respeito. Tudo por que é
um agente de Deus preocupado na transformação de vidas que estão sob seus
cuidados. Uma postura de “criador de caso” , “dono da verdade”, ou de quem age
como “um sabe tudo” que não tem que dar satisfações à administração da EBD ou
ao pastor, não é digna de um professor chamado para ser o exemplo dos fieis, na
transformação de vidas.
4) Lealdade
O professor da EBD deve
ser um membro fiel e leal à igreja que o elegeu para o ensino bíblico em uma
classe da Escola Dominical. Sem essa lealdade, a igreja e a classe saem
prejudicadas. De todas as tarefas que se exerce na igreja, esta é a que exige
mais lealdade. Mas lealdade em que sentido?
a) No apoio ao Pastor -
a maior expressão de liderança da igreja se encontra no seu pastor. O ensino
faz parte vital do seu ministério. A Escola Dominical e a atuação dos seus
professores são uma extensão desse mesmo ministério. O professor, por palavra e
exemplo, exerce tremenda influência, junto a seus alunos, no sentido de dar
apoio ao seu pastor.
b) Na assistência aos
cultos - O professor da Escola Dominical deve entender que os cultos da igreja
são importantes e deve assistir a eles. O culto que segue à Escola Bíblica
Dominical é, de certa maneira, o ponto culminante da própria Escola. O pastor
não ensina a lição no culto, mas ele consegue construir em cima daquilo que os
professores já fizeram nas classes. A presença do professor, e de seus alunos,
encoraja o pastor e dá uma demonstração de que a equipe toda está funcionando em
perfeita harmonia. O culto precisa do professor; o professor precisa do culto.
c) Na participação no
sustento financeiro - O professor que é dizimista nunca terá dificuldade alguma
para levar os seus alunos ao estudo da mordomia cristã. O professor que é
generoso no dar verá que a sua classe tende a seguir o seu exemplo. Levará a
sua classe a levantar boas ofertas missionárias nas épocas determinadas, tudo
em cumprimento do programa financeiro de sua igreja.
IV - AS QUALIDADES
PESSOAIS
Marcas indispensáveis
para a transformação de vidas
Quem é o melhor
professor que você conhece? o que você mais admira nele? você já parou para
pensar nas qualidades desse professor? Nas qualidades que fizeram dele um
professor respeitado, admirado e que você guarda na memória até hoje?
Queremos salientar
algumas das melhores qualidades dos melhores professores, daqueles que melhor
ensinam a palavra de Deus.
1) Espiritualidade
Esta qualidade é, de
todas, a mais importante, para o professor da EBD. Uma pessoa que não tem religião
não pode ensinar religião para outros. O professor que não mantém uma boa
comunhão com Cristo em seu coração e em sua vida diária jamais será bem
sucedido, mesmo que seja muito inteligente e conhecedor de todas as leis do
ensino. O professor não pode suprir as necessiedes dos outros sem primeiro ter
supridas suas próprias necessidades espirituais. Não pode levar os seus alunos
numa viagem que primeiro não tenha feito ele mesmo.
a) O professor deve ser
um cristão maduro - que manifeste um caráter cristão forte e que possua certos
traços cristãos tais como a bondade, a modéstia, a boa disposição, a lealdade,
a tolerância, o amor. O professor deve ser um exemplo vivo do verdadeiro
Cristianismo. Suas atitudes, seus padrões, e seu viver de todos os dias serão
conforme a tudo quanto se ensina na Palavra de Deus, e a tudo quanto ele ensina
na EBD. Quando o ensino da EBD é considerado um ministério ordenado por Deus,
como já vimos, e quando se vê claramente a natureza espiritual da verdade que
se ensina, percebe-se ser imperativamente necessário que o professor da EBD
seja cheio do Espírito Santo. Considere o caso de Apolo, que estava ensinando,
“conhecendo apenas o batismo e João”. Quando Áquila e Priscila souberam disso,
imediatamente “tomaram-no consigo e, com mais exatidão, lhe expuseram o caminho
de Deus”, (At 18.25,26).
b) O professor deve ser
uma pessoa de oração. - Assim sendo, estará seguindo o exemplo de Jesus, que
orava e ensinava a seus discípulos a origem desse ensino. A oração ajuda o
professor a se manter humilde e dependente de Deus. A oração proporciona
oportunidades para o professor afinar sua vontade e seus propósitos aos planos
de Deus. A oração do professor abre a mente dos alunos, permitindo uma melhor
compreensão do ensino bíblico. O professor deve esforçar-se para cultivar na
sua vida devocional a oração intercessória. Os alunos querem e precisam ter um
professor que ore por eles. O ensino do professor é mais objetivo quando ele
ora pelos alunos.
2) Senso de chamada
A Bíblia fala de várias
“chamadas”:
a) Todas as pessoas são
chamadas para a salvação, para conhecerem a Cristo como Salvador. O evangelho é
universal e Deus não quer deixar ninguém de fora.
b) Todos os crentes são
chamados para servir a Deus. A Bíblia não deixa nenhuma dúvida no que se refere
à responsabilidade de todo crente conhecer os ensinamentos bíblicos.
c) Existe também uma
terceira “chamada” - a chamada para o ministério. Uma chamada para a pessoa se
preparar para uma obra especial no pastorado, na vida denominacional, no campo
missionário, ou noutro semelhante.
Feliz é o professor que
sente que Deus tem para ele um trabalho especial - uma classe onde possa
aplicar os seus conhecimentos e sua experiência. Onde ele possa investir a sua
vida. Onde ele possa ministrar. Neste ministério ele está cooperando com os
planos de Deus. Neste ministério ele está colaborando com o seu pastor. Bem
aventurado o professor que tem um senso de chamada de Deus! (Ef 4.11)
3) Relações
inter-pessoais
A personalidade de Jesus
atraia multidões. Ele ensinava as verdades de Deus, transmitindo-as pelo uso de
sua personalidade. O professor da EBD se relaciona constantemente com pessoas.
“O nível mais profundo da experiência humana é sua relação com pessoas. A
expansão do eu, que se dá especialmente na adolescência, torna possível a
inclusão de outras pessoas em nossa vida. Aqui está o segredo das relações
pessoais sadias, que marcam uma personalidade equilibrada. Podemos dizer, sem
muito medo de errar, que, se um indivíduo não alcança este nível de desenvolvimento,
dificilmente terá uma religião sadia e criativa, pois a religião é, acima de
tudo, uma relação pessoal com Deus, relação essa que se reflete em todas as
dimensões de nossa relação com o próximo” (Dr. Merval Rosa, Psicologia da
Religião, Juerp).
Podemos ver que o
professor que tem uma personalidade equilibrada leva grande vantagem e
certamente deseja para seus alunos a mesma vantagem.
4) Disposição de
aprender
O homem é um ser
educável e nunca acaba de aprender. Professores, como as demais pessoas, são
imperfeitos. É importante que o professor reconheça que tem suas limitações.
Ele nada ganha bancando o “sabidão”. quando não sabe uma resposta é melhor ser
honesto e dizer que não sabe. Ganhará com isso o respeito de todos. A falta de
humildade não é uma virtude.
Os melhores professores
são aqueles que têm a disposição de aprender. Até Jesus “crescia em sabedoria”
(Lc 2.52). O professor deve procurar sempre oportunidades para aprender mais.
Aprenderá com os outros professores. Aprenderá dos melhores livros. Aprenderá
dos alunos e com eles. Alguém bem disse: “Não há melhor maneira de aprender do
que tentar ensinar outra pessoa”.
5)Disposição de melhorar
Todo professor pode ser
um professor melhor. É triste quando um professor está satisfeito em ficar onde
está, a ensinar sempre como ensina agora e não progredir. Alguém desenvolveu,
com muita propriedade, o seguinte quadro sobre professores:
O professor medíocre
fala;
O bom professor ilustra;
O professor superior
demonstra;
O grande professor
inspira.
O desejo de ser um
professor melhor gera insatisfação com o que somos atualmente, levando-nos
sempre em direção ao ideal. Foi assim com o apóstolo Paulo: “Prossigo para o
alvo, para o prêmio da soberana vocação” (Fl 4.13).
Encerramos este tópico
com a seguinte ilustração:
Certa pessoa, deixada de
lado na escolha de um novo diretor de uma escola, queixou-se com o relator da
comissão e disse:
“Mas eu sou o candidato
mais indicado, pois tenho 23 anos de experiência no ensino”
“Não, meu amigo”, -
retrucou o relator- “você não tem 23 anos de experiência. Você tem um ano de
experiência, repetido 23 vezes”.
V - OBJETIVIDADE NO
ENSINO
Os Alvos Indispensáveis
para a Transformação de Vidas
Objetivos para o
professor são como o mapa para o viajante, ou a bússola para o marinheiro. Dão
a direção que o professor precisa ter. O professor também pode se perder em seu
ensino, e se ele não sabe onde está, certamente os alunos também estão
perdidos.
No ensino, existem três
fases básicas: planejamento, execução e avaliação. Fases importantes e
relacionadas aos objetivos.
1) O professor que tem
objetivos centraliza o ensino na revelação bíblica
O professor da Escola
Dominical tem uma missão toda especial - ensinar a Bíblia para os seus alunos.
É o livro-texto da EBD e o ponto de partida de todas as lições. É a base do
currículo e das revistas. Nada deve tomar o lugar da Bíblia no ensino. Tudo o
mais apenas complementa, explica e aplica a mensagem bíblica. Deus tem um plano
para o mundo criado por ele. Tem um plano para cada vida e quer que cada pessoa
entenda o seu plano. O plano de Deus se encontra na Bíblia, e o professor é o
agente de Deus para fazer as pessoas entenderem esse plano, e por fim terem
suas vidas transformadas.
2) O professor que
ensina com objetividade visa ajudar as outras pessoas
Para o professor não
existe ninguém mais importante que o seu aluno. O aluno é o objeto do seu
ensino. O aluno tem necessidades e o profesor que ajudá-lo a superar suas
dificuldades, quer levá-lo a encontrar soluções para o seu problema. O
resultado do ensino bíblico deve ser vidas melhores. Deus quer que toda pessoa
chegue à sua máxima potencialidade. O professor colabora com Deus quando:
a) Ajuda os alunos a
descobrirem quem eles são - O aluno deve saber o que crê, o valor de suas
crenças e quais são os seus motivos.
b) Ajuda os alunos a se
aceitarem a sí mesmos - Todos têm defeitos: na personalidade, no corpo, nas
capacidades. Mas, diante de Deus, todos têm o mesmo valor. O professor e os
alunos que acompanham com paciência a dificuldade de um aluno em se expressar,
estão dizendo para aquela pessoa que a aceitam, com seus defeitos. Quando
outras pessoas nos aceitam, torna-se mais fácil nós nos aceitarmos a nós
mesmos.
c) Ajuda os alunos a
aprenderem as verdades de Deus - Isto significa mais que simples fatos
bíblicos. A verdade de Deus produz convicções, esperança, satisfação. A verdade
de Deus penetra além da mente. Vai ao coração e afeta atitudes e ações.
Transforma vidas.
3) O profesor que ensina
com objetividade submete seu ensino a avaliação
As três fases do bom ensino
podem ser chamadas de: antes da aula (planejamento), durante a aula (execução
do plano) e depois da aula (avaliação). O bom professor toma tempo para avaliar
seu ensino, para ver atingir suas metas:
• Se as ilustrações
planejadas realmente esclareceram o assunto;
• Se a pesquisa bíblica
elaborada realmente conseguiu envolver todos os alunos;
• Se o uso de uma outra
versão da Bíblia realmente trouxe mais interessse na leitura da passagem
bíblica;
• etc.
Ele quer eliminar as
experiências negativas e reforçar as experiências positivas, sempre com vistas
a melhorar a qualidade dos seu ensino.
O professor que não tem
seus objetivos bem definidos não tem base para uma avaliação do seu ensino. Não
sabe se ensinou bem ou mal, se os alunos aprenderam bem ou mal, se os alunos
aprenderam ou não, se deve modificar alguma coisa ou não. É semelhante à
situação de Cristóvão Colombo. Alguém caracterizou assim a incerteza dele em
buscar um mundo novo:
Antes de viajar, não
sabia para onde ia;
Quando chegou, não sabia
onde estava;
Quando voltou, não sabia
dizer onde tinha estado.
VI - PARCIALIDADE
Impedimentos para a
Transformação de Vidas
Existem muitos
impedimentos para um ensino melhor, que realmente transforme vidas, tais como a
falta de espaço adequado, falta de apoio dos líderes, falta de material de
ensino, etc. O que queremos enfatizar aquí, no entanto, tem a ver com o
professor, como um agente de Deus para a transformação de vidas.
1) Falta de experiência
Mas, eu nunca ensinei
uma classe da Escola Bíblica Dominical! Esta é uma reação normal de quem não
tem experiência. E como vai ganhar experiência? De uma maneira só: Ensinando. A
experiência faz falta para o novato, pois ganhamos muitas lições práticas ao
longo dos anos como professores. Mas o professor novo, disposto a dar o melhor
de si, pode vir a ser um bom professor.
Muitos professores de
adultos já têm experiência no trabalho com crianças ou jovens antes de serem
convidados para dirigir uma classe de adultos. Essa experiência é de grande
valor. Há necessidade de fazer adaptações, pois faixas de idade diferentes
representam outros níveis de linguagem, de métodos, etc.
2) Falta de Tempo
Todos nós usamos o mesmo
relógio - o de 24 horas. Temos ao nosso dispor o mesmo tempo. A diferença entre
as pessoas está na maneira de usar o tempo. É uma questão de prioridades. O que
é mais importante para uma pessoa recebe maior parcela de tempo. O que julgamos
de menos importância, recebe menos tempo.
É verdade que algumas
pessoas andam muito mais ocupadas do que outras. Enchem demais as horas que
têm. Será que fazem mesmo tanta coisa ou isso é apenas uma impressão que querem
dar? Será que conseguem entrar no fundo de qualquer assunto ou empreendimento
ou tratam de tudo muito superficialmente?
Quando se trata da
Bíblia, o estudo superficial é de valor duvidoso. O professor que não tem
tempo, ou que não dá o tempo necessário ao preparo, corre seriamente o risco de
fazer um trabalho de pouco significado, e que, seguramente, não irá alcançar a
transformação de vidas.
3) Falta de preparo
Este impedimento pode
estar ligado à questão de tempo. Mas, pode ser por outra causa. A falta de
visão pode levar o professor a não preparar-se bem. A falta de recursos
didáticos como comentários, concordâncias, dicionários, etc pode também impedir
o professor de fazer um trabalho adequado na busca da transformação de vidas.
A falta de preparação se
torna bem evidente na aula. O professor perde o controle na aula e os alunos
começam a conversar entre sí, talvez reclamando da péssima maneira como estão
sendo alimentados com o assunto daquele domingo. No fim, o professor sente-se
aliviado por ter terminado o tempo sem terem acontecido maiores catástrofes.
Nesta hora, é aconselhável que o professor calcule os danos e decida que não
vai mais repetir a experiência.
CONCLUSÃO
Os seis itens abordados,
Dedicação, o Crescimento, a Disciplina, as Qualidades Pessoais, a Objetividade
no Ensino e os cuidados com a Parcialidade precisam estar sempre em evidência
no dia-a-dia do professor, para que este possa desempenhar com sucesso o seu
papel de agente de Deus para a transformação de vidas.
Não é o professor que
transforma vidas. Quem transforma vidas é Deus, mediante o ensino da Sua
Palavra, para o qual o professor é o instrumento escolhido.
Tudo o que você aprendeu
através deste estudo, coloque em prática imediatamente. Saiba que tudo isso vai
ser cobrado por Deus, pois Ele te deu esta oportunidade de tomar conhecimento
destas coisas (se ainda não as conhecia) justamente para que você possa de fato
conscientizar-se de que o seu papel principal não é ensinar, mas transformar
vidas através do ensino.
Fonte:
http://euvoupraebd.blogspot.com.br/2012/11/o-professor-da-escola-dominical-como-um.html#.V5-7H_krLIU
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